“…Para uma interpretação mais completa acerca da inserção das economias periféricas no cenário internacional, no contexto da globalização financeira, é preciso levar em consideração as especificidades tanto das suas estruturas produtivas, discutidas pela Cepal, quanto das suas moedas e sistemas financeiros domésticos, segundo a concepção teórica pós-keynesiana. Nesse sentido, as principais características dos países periféricos que os diferenciam dos países centrais são: (i) baixa competitividade dos seus bens e serviços, decorrente do baixo grau de desenvolvimento relativo dos sistemas nacionais de inovação (Fanjzylber, 2000); (ii) concentração da pauta exportadora em bens primários e da pauta de importação em bens de capital e insumos processados, que tendem a resultar em estrangulamento externo e aumentar a dependência de financiamento externo para a realização de investimentos e, portanto, para o processo de crescimento econômico (Prebisch, 2000a;Furtado, 1983); (iii) reduzida liquidez das moedas nacionais e dos ativos financeiros nelas denominados, que tornam suas respectivas demandas pelos agentes internacionais predominantemente especulativas; e (iv) inserção marginal nos fluxos internacionais de capital; e (v) baixo desenvolvimento do mercado financeiro doméstico, que acentuam sua dependência em relação ao financiamento externo (Hermann, 2014;Studart, 2001Studart, , 1993.…”