Feynman e suas conferências sobre o ensino de física no Brasil

Abstract

Resumo Entre 1949 e 1966, o físico norte-americano Richard Feynman veio ao Brasil algumas vezes. Interagiu com físicos brasileiros, realizou pesquisas, deu cursos, fez conferências e participou do carnaval carioca. Por duas vezes, em 1952 e 1963, fez palestras sobre o ensino de física. Suas observações e opiniões sobre este ensino ganharam notoriedade ao serem divulgadas posteriormente em um de seus livros de grande circulação mundial: R. P. Feynman, “Está a brincar, Sr. Feynman!”. No livro, ele descreve situações de sua interação com estudantes brasileiros, que ilustram sua crítica ao ensino livresco, baseado na memorização e sem a dimensão investigativa e crítica. O objetivo deste trabalho é analisar as duas conferências de Feynman sobre o ensino de física no Brasil, avaliar a possível influência local de suas observações, críticas e sugestões, e buscar fazer, de maneira retrospectiva, algumas comparações preliminares sobre a situação atual do ensino de física e as considerações por ele feitas há mais de cinco décadas atrás. Reproduziremos, no final, a tradução da segunda conferência de Feynman, “O problema de ensinar física na América Latina” (1963) pelo interesse, ao menos histórico, que ainda guarda.

A Ciência em Marcha

“…No artigo "Não se aprende nada", publicado em 1952, Frota-Pessoa teceu comentários a respeito da primeira palestra de Richard P. Feynman sobre o ensino de física no Brasil, "uma conferência espantosa" (Frota-Pessoa, 26 maio 1952, p. 5), nas palavras do biólogo. De uma honestidade estonteante, Feynman afirmou que no Brasil "nem se ensina ciência, nem os alunos aprendem" (p. 5), afirmação essa que lhe fez ser comparado por Joaquim da Costa Ribeiro com "o menino que disse que o rei está nu", em uma alusão à fábula "A roupa nova do rei" (Moreira, Paiva, 2016;Moreira, 2018). Frota-Pessoa escreveu ainda, sobre a conferência: Em 1956, Frota-Pessoa participou da Convenção da Associação de Professores de Ciências nos Estados Unidos, em Washington, e expôs as discussões na coluna, em um artigo intitulado "Um problema para professores".…”

A Matemática como habilidade estruturante no contexto pedagógico, na experimentação e na modelagem em Física

“…Devemos ensiná-la para ampliar o círculo dos que podem participar da deliciosa aventura de conhecer. (MOREIRA, 2018).…”

Construção e aplicação do gerador de Van de Graaff de baixo custo nas aulas de Física no ensino médio com participação dos estudantes

“…Para Moreira (2000), a forma com o qual o ensino tem sido aplicado é uma importante questão na problemática do ensino de física. Ele faz uma retrospectiva além de trazer uma perspectiva sobre o ensino de física no Brasil e no mundo.…”

“…E podemos ver isso até mesmo nos livros didáticos que trazem uma grande quantidade de figuras e fórmulas, mas poucos textos explicativos fazendo com que a construção do conhecimento não seja facilitada. Moreira (2000) propõe uma alternativa em que o professor busque como perspectiva as competências e habilidade propostas no Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs e PCN+), hoje, substituídos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).…”