Fevereiro Tem Carnaval? Políticas Públicas Para O Setor De Turismo Em Pernambuco Decorrentes Da Pandemia Da Covid-19

Abstract

Esse artigo tem por objetivo avaliar como o Estado de Pernambuco, por meio de suas políticas públicas, tem enfrentado a pandemia de COVID-19 em relação ao setor de turismo. Para tanto, traz um panorama do impacto da pandemia, considerando o primeiro semestre de 2020, nas contas públicas, no fluxo aéreo, nos meios de hospedagem e na empregabilidade, tendo como fontes de dados os portais da transparência e demais informações de caráter público emanadas pelos governos federal e estadual. A criação do Comitê Científico do Nordeste e suas recomendações para o enfrentamento da pandemia são cotejados no sentido de se estabelecer a adoção (ou não) de tais diretrizes para a consecução de decretos estaduais direcionados ao combate à pandemia. Intenta-se salientar como o Estado de Pernambuco busca administrar a crise, pesando os dois lados da balança: as recomendações do Consórcio e a pressão do setor para a abertura. As entrevistas com a Secretaria de Turismo, de um lado, e com pessoas ligadas ao trade turístico de outro, mostram tal impasse. Por fim, o artigo finaliza apontando que, na medida do possível, Pernambuco tem realizado um enfrentamento positivo à crise, inclusive, no que tange ao setor de turismo, buscando dar alternativas dentro do cenário apresentado.

Turismo em tempos de pandemia: (des) continuidades e conjecturas

“…Na verdade, reforçamos que todos os setores enfrentaram muitos desafios não só relacionados a essas taxas, mas também aos custos fixos de aluguel e manutenção, às despesas com insumos já adquiridos e ao pagamento de fornecedores, especialmente nos primeiros dois primeiros meses de 2020, exemplificativamente, também se somam. Segundo Araujo et al (2021), o setor mais afetado, em números absolutos, foi o de restaurantes, que registrou um saldo negativo (balanço entre admissões e demissões no período) de 3.260 entre janeiro e junho de 2020, contra um saldo negativo de 407 postos de trabalho para o mesmo período em 2019, assim, uma variação negativa de 800%.…”