Fatores de Risco para Alta Prorrogada por Motivos Sociais: Um Estudo Retrospectivo

Abstract

Introdução: Os hospitais deparam-se com uma percentagem das suas camas ocupadas por doentes cuja alta hospitalar está limitada não pela alta clínica, mas por outros fatores. Cria-se a necessidade da identificação precoce dos indivíduos que estão em risco de uma alta prorrogada por motivos sociais (internamentos sociais - IS), de forma a reduzir gastos e a acrescentar valor que se traduza em saúde dos utentes. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco demográficos e clínicos que condicionam risco de internamento social.Material e Métodos: Foram analisados 582 internamentos referentes a um serviço de Medicina Interna de hospital terciário nos anos de 2018 e 2019, e consideradas as características demográficas e comorbidades clínicas dos doentes. Foi feita uma regressão logística binominal ajustada ao sexo, idade e internamento clínico prolongado, para identificação de potenciais fatores de risco associados a alta prorrogada.Resultados: Foram incluídos neste estudo um total de 473 doentes admitido no serviço no período de dois anos em estudo. Noventa e quatro (19%) doentes tiveram a sua alta prorrogada, dos quais 64 (68%) eram do sexo feminino. As principais características estatisticamente significativas associadas a maior risco de prorrogação da alta foram o sexo feminino (OR 2,84, 95% IC 1,65 – 4,90, p-value < 0,05), o internamento clínico prolongado (OR 2,64, 95% IC 1,60 – 4,937, p-value < 0,05) e a diabetes mellitus (OR 1,87, 95% IC 1,08 – 3,23, p-value < 0,05); para além destes, a presença de insuficiência cardíaca (OR 0,52, 95% IC 0,27 – 0,99, p-value < 0,05) e de doença renal crónica (OR 0,34, 95% IC 0,14 – 0,86, p-value < 0,05) associaram-se a um risco inferior de prorrogação de alta.Conclusão: O sexo feminino, os internamentos clínicos prolongados e diabetes mellitus associaram-se a um maior risco de internamento social, enquanto a insuficiência cardíaca e a doença renal crónica se associaram a um risco inferior de IS. Estes achados servem de base de construção para um futuro estudo multicêntrico para criação de uma regra de predição clínica para estratificação do risco de internamento social na população portuguesa.

Social prescribing for older adults in mainland Portugal: Perceptions and future prospects

“…In the same way, participants claimed to rarely or never present non-clinical complaints while attending health appointments, which was a surprising result because data suggests that one in five appointments with general practitioners can be linked to unmet social needs ( Zantinge et al, 2005 ). To our knowledge there is currently no equivalent data available in Portugal, but a recent study showed that one in five patients remained hospitalized after clinical discharge due to social factors (e.g, inadequate family support) ( Martins et al, 2023 ). Thus, it is possible that participants did not recall their appointments accurately or it could be that they believe doctors are disinterested in those subjects; further examination is needed.…”

Burden of delayed discharge on acute hospital medical wards: A retrospective ecological study in Rome, Italy

“…This work is a single-center observational study focused on a limited number of wards, whose common denominator is given by the fact that they mostly admit their patients from the same population, and with non-surgical necessities. While the organization of SSP hospital within ASL Roma 1 may be peculiar, its difficulties in the discharge process are not, as they are worldwide encountered [ 22 , 81 , 82 ]. A recent work of Manning and Islam highlighted that most of the challenges in patient flow management are not directly related to clinical situation, and solution must be found at organizational level [ 83 ].…”