Famílias refugiadas africanas: qualidade de vida, expectativas e necessidades em relação à saúde

Abstract

Resumo O Brasil abriga indivíduos de diversos países em situação de refúgio, tal como é definida pela Lei nº 9.474/1997 ou por autodeclaração. O uso do Sistema Único de Saúde faz parte dos direitos dos refugiados. Apesar desse direito, observa-se a ocorrência de preconceitos, desinformação e dificuldades de acesso a serviços. O objetivo desta pesquisa foi mensurar a qualidade de vida e compreender as necessidades e expectativas de famílias de refugiados africanos em relação à saúde. O estudo foi realizado em dois momentos: quantitativo e qualitativo. Os participantes responderam a escala de qualidade de vida WHOQOL-bref. Foi extraída uma família da amostra para a realização do genograma estrutural e de entrevista semiestruturada com questão norteadora. A análise quantitativa foi feita por estatística descritiva e os discursos obtidos, pela análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Como resultados, no parâmetro de 0 a 100, a média apresentada foi de 49,57, classificando a qualidade de vida como “nem boa, nem ruim”. Esse resultado é condizente com os discursos dos entrevistados e está relacionado à falta de emprego e dinheiro. Em relação à saúde, as avaliações não diferem das dos brasileiros: o serviço apresenta demora no atendimento, faltam médicos e os postos são distantes. Destaca-se também o preconceito vivido por alguns participantes ao serem atendidos pelos serviços de saúde, pelo fato de serem africanos.

How Are Forcibly Displaced People Affected by the COVID-19 Pandemic Outbreak? Evidence From Brazil

“…African refugees had a higher chance of feeling discriminated against since they are Black and foreigners. Previous studies have documented African refugees facing discrimination in accessing the Brazilian public health system ( Horta et al, 2019 ) and local attempts to limit their access to these services to Venezuelans in the city of Boa Vista ( Riggirozzi et al, 2020 ). Other studies showed the lack of specific training to public servants about the situation of refugees and general lack of culturally and linguistic specific public policies to this population ( França et al, 2019 ).…”

Atenção primária em saúde bucal para refugiados

“…O desconhecimento por parte dos refugiados sobre a forma e o processo de acesso a saúde, pode ser um fator distanciador destes indivíduos dos setores da saúde (Granada, Carreno, N. Ramos, & M. C. P. Ramos, 2017). Divulgação de informações sobre os serviços Research, Society andDevelopment, v. 9, n. 11, e63491110426, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10426 de saúde traduzidas em outros idiomas é uma ação útil para haja entendimento dos refugiados sobre o acesso aos serviços de saúde (Horta, Cruz, & Carvalho, 2019). É sabido que há dúvidas em qual serviço ou unidade de saúde o paciente deve buscar atendimento de acordo com a necessidade.…”

Perspectivas do conhecimento acerca da violência contra mulheres migrantes: mapeamento da produção acadêmica Strictu Sensu

“…Para tanto, sobressalta-se a importância de uma formação que desenvolva habilidades e competências para que a enfermagem tenha um olhar de cuidado integral, holístico e com abordagem transcultural (Viadas, 2015) para com o sujeito o qual direciona atenção. No que diz respeito às mulheres migrantes, é imprescindível que o enfermeiro mantenha uma postura ética e de respeito à sua cultura, crenças, valores e práticas relacionadas à saúde, tornando a mulher protagonista do próprio cuidado (Horta et al, 2019).…”