RESUMOO adolescente é envolvido por vários fatores que influenciam seu processo de desenvolvimento, estando envolvidos nesse contexto a família e seus relacionamentos. Em vista disto objetivou-se, nesse estudo, investigar a compreensão dos adolescentes sobre a importância dos relacionamentos familiares no seu processo de desenvolvimento. O estudo consiste de uma pesquisa com abordagem qualitativa que teve como sujeitos catorze adolescentes escolares de uma instituição pública de ensino do Nordeste Brasileiro. Utilizou-se a entrevista semiestruturada para a coleta dos dados, a qual foi realizada no período de junho a agosto de 2010. Os dados foram analisados à luz do recurso metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo, pelo qual foi possível a construção dos seguintes temas geradores de significados: "Diálogo, a base que sustenta a família"; "Relações familiares e suas representações"; e "Encontrando dificuldades para expressar os sentimentos no ambiente familiar". A análise e interpretação dos discursos possibilitaram compreender a magnitude da comunicação para a dinâmica familiar, revelando as debilidades existentes nos relacionamentos familiares e a repercussão no desenvolvimento do adolescente. Desse modo a Enfermagem necessita lançar o seu olhar para o contexto em que se insere o adolescente para que assim possa gerenciar com resolutividade os cuidados dispensados a essa clientela e à sua família.Palavras-chave: Enfermagem. Adolescente. Família.
INTRODUÇÃOA família se caracteriza como instituição social dinâmica, complexa e capaz de interagir com a multidimensionalidade que a circunda e de adaptar-se aos fenômenos intervenientes, por vezes desfavoráveis, com vistas ao equilíbrio necessário para o seu desenvolvimento saudável. Neste sentido, constitui-se como uma unidade indispensável à proteção integral de seus membros, independentemente da dinâmica ou da forma como esteja estruturada (1) , pois a ela incumbe a importante função de satisfazer as necessidades básicas da formação do ser humano (2) . Este grupo social está intimamente relacionado à transmissão e apreensão do conhecimento aos seus membros, condição capaz de modificar suas formas de funcionamento e as relações intrafamiliares. Desse modo, a família se configura como o lugar de excelência para a socialização, reprodução e provisão básica de cuidado dos seus membros, funcionando como unidade ativa das relações interpessoais, afetivas e cognitivas, o que a constitui como matriz de aprendizagem (3) . Neste sentido, a concepção de família deve ir além de sua conformação estrutural de consanguinidade, uma vez que nela permeiam significados e valores construídos, provocados e retroalimentados na convivência de seus membros, o que se reflete na interdependência entre eles (4,5) . Com efeito, a dinâmica e a