Fábricas selvagens: transformações do trabalho no Polo Industrial da Zona Franca de Manaus

Abstract

O objetivo deste artigo é deslindar as principais transformações do trabalho ocorridas no espaço produtivo da Zona Franca de Manaus. Com tal propósito, é feita uma recuperação histórica e teórica das pesquisas realizadas no Polo Industrial de Manaus (PIM) no sentido de apontar, primeiro, as características do trabalho desde o início da década de 1970 até a primeira década do século XX. Segundo, busca-se indicar as respostas conceituais elaboradas pelos pesquisadores para a compreensão de mudanças e continuidades no mundo do trabalho de Manaus. Terceiro, dentro de um contexto de metamorfoses da economia mundial, dos dilemas políticos nacionais e da disputa feita pela classe trabalhadora local, o artigo delineia os padrões organizacionais oriundos de quatro décadas do PIM, e aborda o tipo de trabalho visualizado nas pesquisas mais recentes. Ademais, a chegada de novos atores produtivos no início do milênio, como os chineses, levanta questões teóricas novas, além de abrigar um mundo do trabalho fértil para a exploração sociológica. Uma agenda de pesquisas envolvendo essa temática compõe a parte final do artigo.

Population growth and deforestation in Amazonas, Brazil, from 1985 to 2020

“…In the northern regions (e.g., Amazonas and Roraima), there were also attempts at resettlement and agriculture in the 1960s and 1970s (Teixeira et al, 1985). At the same time, there was a parallel attempt at an industrial zone in the northern regions, specifically Manaus, Amazonas (Brito & Maciel, 2019). The urban economic activities there proved attractive to settlers, who found farming non-productive in this region, and in large part they abandoned the rural lands.…”

“…Of this state population, the main municipality of Manaus had a population of 0.39, 1.0, and 2.3 million during these same years, corresponding to 35%, 45%, and 53% of the state population across this period of 46 years and indicating a trend in urbanization. The national government has afforded Manaus preferential tax treatment as a development strategy for Amazônia since the 1960s, transforming Manaus into a national hub for manufacturing (Brito & Maciel, 2019). Waves of Japanese, Korean, and, most recently, Chinese companies have established operations.…”