Expansão da atenção primária à saúde no município do Rio de Janeiro em 2010: o desafio do acesso e a completude das equipes de saúde da família

Abstract

Introdução: A Atenção Básica (AB) é o primeiro nível de contato dos indivíduos, família e comunidade com sistema de saúde. No Brasil, desde 2006, este modelo é a Estratégia Saúde da Família (ESF), que busca reorientar o Sistema Único de Saúde. Esta mudança é parte da reforma da AB que ocorre no Município do Rio de Janeiro (RJ), evidenciado a partir de 2008/2009 quando contava com 3,5% de cobertura e, após quatro anos, atinge 40% de cobertura pela ESF. Na expansão deste modelo observa-se que áreas que demandavam maior necessidade de saúde foram priorizadas, guardando uma relação com o princí-pio da equidade. Objetivo: Analisar a evolução e a completude da equipe de saúde da família por Área Programática (AP) no Município do Rio de Janeiro e sua relação com a equidade e a justiça social. Métodos: Analisaram-se três categorias de equipe de saúde da família por AP: cadastradas, completas e incompletas e compararam-se com suas respectivas AP. Resultados: Observa-se que as AP com índice de desenvolvimento social mais baixos foram priorizadas em relação à implantação de equipes de saúde da família, como as AP 3 e 5. Houve aumento de 24% do número de equipes de saúde da família e, em relação à estratégia de agentes comunitários da saúde, aumento de 67%. Na distribuição por AP observou-se um número superior de equipes completas. Conclusão: Foi possível descrever a dimensão da expansão da ESF no Município do Rio de Janeiro, que se encontra em consonância com o novo modelo de gestão e ocorre de forma equânime.Descritores: Estratégia Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Equidade em saúde. AbstractExpansion of primary health care in the city of Rio de Janeiro in 2010: the challenge of access and completeness of the family health teams Introduction: Basic Attention (BA) is the first level of contact of individuals, families and communities with the healthcare system. In Brazil, since 2006 this is the Family Health Strategy (FHS) model, which seeks to reorient the health system. This change is part of the BA reform that takes place in the city of Rio de Janeiro (RJ), starting from 2008/2009 when it had 3.5% coverage, and after four years, it has reached 40% coverage by the FHS. During the expansion of this model, areas that required greater need for health were prioritized, following the principle of equity. Objective: To analyze the evolution and completeness of the ESF by Catchment Area (CA) in the

A Estratégia De Saúde Da Família E Suas Contribuições Para a Eficácia Dos Serviços Na Atenção Primária À Saúde

“…A cobertura da ESF foi apontada como baixa, e a meta era que se aumentasse em cerca de dez vezes. Os dados evidenciaram que a abrangencia ocorreu de forma progressiva entre 2008 e 2013, sendo que em 2008 era de 7,98% e em 2013 essa meta foi superada em 40% da abrangência com consequente protagonismo da APS no sistema de saúde do município do Rio de Janeiro 16 .…”

Desempenho do programa de controle da tuberculose na estratégia saúde da família

“…It was renamed the Family Health Strategy (FHS) in 2006 and underwent some changes due to its complexities, reaffirming the Brazilian Health System (SUS -Sistema Único de Saúde) principles: universalization, decentralization, integrality, and community participation. 1,2 FHS expansion in Brazil varied greatly, in relation to the characteristics of each region. 3 In 2008, the city of Rio de Janeiro began to reorganize the Health Care Network (Rede de Atenção à Saúde) by implementing teams and introducing family health units.…”

“…Initially, FHS coverage was 3.7% and after 2016, it reached 57%. 1,3 Despite the increase in coverage and evidence about the great impact on the health of the population, especially in poorer places, the rapid expansion presented organizational, infrastructure and human resources difficulties. Recent changes in public policy have also interfered with financing directly affecting services.…”

O registro de vulnerabilidade social de acordo com os códigos da classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10) nos prontuários eletrônicos dos residentes de primeiro ano de Medicina de Família e Comunidade do Centro Municipal de Saúde Hélio Pellegrino.

“…(1) Algumas clínicas da família do município do Rio de Janeiro, área de atuação das equipes da ESF, estão situadas em áreas vulneráveis onde o cenário de pobreza extrema, violência, habitação inadequada, e desemprego são motivos frequentes de consultas ambulatoriais. (2)(3)(4) O registro dessas condições em prontuário auxilia na avaliação constante do trabalho das equipes de saúde da família, visando a satisfação dos usuários e a melhoria dos indicadores. Conhecendo os problemas, os motivos de consulta e as demandas, os gestores podem visualizar linhas de cuidados compatíveis com a realidade do território.…”