Este estudo analisou o impacto do risco de transmissão de doenças imunopreveníveis em menores de dois anos, no estado de Minas Gerais, em 2020. Trata-se de um estudo ecológico que considerou os registros de doses aplicadas em crianças menores de dois anos, das bases de dados dos 853 municípios mineiros, entre janeiro-dezembro de 2020. Foram analisados os indicadores de cobertura vacinal, taxa de homogeneidade e proporção de abandono para classificar o risco de doenças imunopreveníveis. Mais da metade dos municípios (62,8%; n=536) apresentaram risco alto e muito alto de transmissão de doenças imunopreveníveis, colocando algumas localidades regionais em situação de vulnerabilidade. Observou-se baixas coberturas para a maioria das vacinas, apresentando menor cobertura a vacina febre amarela (76,5%). A homogeneidade de coberturas foi baixa em 536 (62,8%) municípios e a pentavalente teve o maior percentual de municípios com alta proporção de abandono (28,1%). O risco de transmissão de doenças imunopreveníveis sofreu influências do isolamento social e da disseminação de notícias falsas que contribuíram para a hesitação vacinal no período pandêmico.