INTRODUÇÃOOs estudos sociolinguísticos sobre a concordância verbal, iniciados por volta de 1970 nas amostras brasileiras, demonstram uma variação muito produtiva em relação ao uso das regras de marcação plural no Português do Brasil (PB), especialmente por conta de fatores extralinguísticos, como os relativos a elementos socioeconômicos, à escolaridade dos indivíduos ou, ainda, às características de suas comunidades de fala, sobretudo em relação a seu perfil, mais rural ou mais urbano. No que se refere às variedades africanas, entretanto, não se dispõe de descrições científicas suficientes, sobretudo ancoradas em abordagens quantitativas de dados, que constatem o estatuto da regra de concordância.Acredita-se, portanto, na relevância atribuída às investigações sociolinguísticas das variedades de Português do continente africano que considerem a marcação de número, não somente por contribuírem para a descrição das diferentes normas da Língua Portuguesa, mas, especialmente, por abordarem a questão da intensa situação de contato linguístico presente nessas sociedades. Tais investigações podem colocar em relevo especificidades que são encontradas em contexto multilíngue e que tendem, invariavelmente, a distanciar, de certa maneira, as