Estudo randomizado e duplo cego com uso de difosfato de cloroquina para a manuntenção de remissão da hepatite autoimune apos  a suspensão da imunossupressão

Abstract

Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta publicação: Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals Editors (Vancouver).

Hidroxicloroquina na indução de remissão da hepatite autoimune em pacientes que persistem com atividade histológica leve após tratamento imunossupressor

“…5,18 Após 24 meses de tratamento, uma vez que se mantenham enzimas hepáticas e níveis de IgG normais, de preferência sob dose constante do regime terapêutico, recomenda-se a realização de biópsia hepática para avaliar a resposta histológica da doença e decisão quanto à retirada ou manutenção do tratamento. 5,29 Os consensos americano da AASLD e europeu do EASL (European Association for the Study of Liver) recomendam a realização de biópsia hepática para documentar a remissão histológica da doença antes da suspensão da terapia. 5,20 A AASLD, no entanto, ressalta que a biópsia hepática pode ser dispensada em alguns casos de adultos com HAI, ainda que os critérios para a dispensação do exame não tenham sido bem definidos pelo consenso.…”

“…Por outro lado, pacientes que apresentam recidivas e são novamente tratados também estão aptos a atingir resposta completa ao tratamento, como antes da suspensão do tratamento. [29][30][31] Entre todos os fatores de risco para recidiva encontrados nos diferentes estudos, o que parece ter maior impacto na manutenção da remissão após a suspensão do tratamento é a normalização das enzimas hepáticas e resolução histológica antes da suspensão da IS. 5,20,32 A despeito do tratamento, no HC-FMUSP, a taxa de remissão histológica, isto é, atividade periportal mínima ou ausente, de acordo com os critérios da SBP/SBH, foi de 36,2% em tempo médio de cinco anos.…”

“…Naquela ocasião, a quinacrina (derivada do quinina) era utilizada para tratamento e prevenção de malária com alívio dos sintomas reumatológicos dos soldados (artrite e rash cutâneo), o que motivou seu estudo nas doenças reumatológicas. 29 Posteriormente, surgiu a HCQ por meio da adição de um radical hidroxietil ligado à cadeia lateral da CQ, que provou ser três vezes menos tóxica do que a CQ em modelos animais. A CQ é 2-3 vezes mais potente que a HCQ, entretanto, apresenta maior risco de retinopatia.…”

“…APC: célula apresentadora de antígenos; TH: Célula T auxiliar; IL: interleucina; IFN: interferon; MHC: Complexo principal de histocompatibilidade; TNF: fator de necrose tumoral Fonte: Terrabuio (2008). 29,37,38 A Figura 3 ilustra os possíveis fatores implicados na fisiopatologia da HAI. A HAI é uma doença de fisiopatologia complexa, com interposição de fatores genéticos, epigenéticos, imunológicos e ambientais.…”

“…Estudo realizado no ambulatório de doenças autoimunes do HC-FMUSP, que utilizou o difosfato de CQ na manutenção de remissão da HAI, mostrou que os efeitos colaterais relacionados com o uso da CQ foram controlados com o uso de sintomáticos e não afetaram a qualidade de vida dos pacientes. 29 Em síntese, embora a análise de não-inferioridade seja neutra, a ausência de diferença entre as proporções de resposta nos sugere que a HCQ possa ser uma alternativa ao aumento da IS, nos pacientes com HAI tratados e que ainda mantêm hepatite de interface com atividade discreta na biópsia hepática de controle, embora sejam necessários estudos confirmatórios. Os efeitos colaterais da HCQ são bem conhecidos e controlados, com maior incidência de efeitos leves que podem ser resolvidos com a suspensão da droga.…”