“…Apesar disso, nenhum fármaco tornou-se disponível para o tratamento da doença desde 1970 quando foram introduzidos os dois fármacos atuais no mercado(CROFf, 1999;COURA;CASTRO, 2002).Murta e colaboradores (1998), sugerem que a resistência natural do Trypanosoma cruzi a derivados nitroeterocíclicos pode ser um fator importante para explicar a baixa taxa de cura em pacientes chagásicos. O aparecimento de resistência torna imprescindível a descoberta de novos protótipos de origem natural, semi-sintética ou sintética, além da viabilização do uso da biologia molecular para caracterizar a susceptibilidade das cepas infectantes às substâncias em questão(MURTA et aI., 1998).Para o tratamento de alguns casos de doença de Chagas têm sido utilizados fármacos antifúngicos da classe dos azóis, entre eles cetoconazol, miconazol, econazol e itraconazol(STOPPANI, 1999;URBINA, 1999).O desenvolvimento de fármacos mais efetivos e menos tóxicos requer o total conhecimento do ciclo de vida e metabolismo do T. cruzi(ELIAS, 2003).A extensa distribuição da forma intracelular amastigota de T. cruzi nos tecido e células, durante a fase aguda e crônica da doença de Chagas, é a mais difícil etapa para uns fármacos específicos, comparados com a Leishmaniose onde as formas amastigotas estão restritas aos macrófagos(CROFf, 1999).Cumpre assinalar, que até 1960 a metodologia empregada em ensaios terapêuticos deixava a desejar, pois os mesmos careciam de critérios norteadores, principalmente no tocante aos esquemas posológicos e à avaliação dos esquemas terapêuticos. Na maior parte das investigações o tempo de duração de tratamento se afigurava irrisório, freqüentemente não ultrapassando mais de alguns dias, assinalando-se quanto aos resultados, tão-somente a redução da parasitemia, o encurtamento de duração da fase aguda e a diminuição do índice de mortalidade de animais inoculados(ELIAS, 2003).Era consenso geral que os medicamentos, embora fossem ativos contra o T. cruzi, não eram capazes de curar a infecção, pois a ação antiparasitária fazia-se apenas sobre as formas tripomastigotas, deixando indenes as formas amastigotas(COURA ;CASTRO, 2002).…”