Introdução: A Fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica crônica, com sintomatologia cardinal caracterizada por dores musculoesqueléticas, sensibilidade ao toque, em lugares anatomicamente específicos (tender points), e fadiga. Nesse sentido, o quadro clínico da doença afeta o bem-estar dos pacientes no que tange seus domínios físicos, sociais e psicológicos. Portanto, faz-se necessário um acompanhamento multidisciplinar, assim, tem-se a terapia aquática como um promissor tratamento nãofarmacológico para a redução da sensibilidade à dor e melhora das capacidades psicofuncionais. Objetivo: Avaliar o efeito da hidroterapia em pacientes com fibromialgia. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura, realizada na base de dados BVS, utilizando os descritores "hydrotherapy" e "fibromyalgia'', combinados pelo operador booleano AND. Foram incluídos artigos originais, disponíveis na íntegra, no idioma inglês, português e espanhol, publicados nos últimos cinco anos (2018)(2019)(2020)(2021)(2022)(2023). Foram excluídos artigos de revisão de literatura e artigos com pouca ou nenhuma relevância para o tema proposto. Identificou-se, no total, 15 artigos. Desses, 6 preencheram os critérios de elegibilidade e foram selecionados no estudo. Revisão da literatura: As intervenções identificadas consistiram em atividades aeróbicas coletivas realizadas em ambiente aquecido e de nível de intensidade crescente durante a sessão de exercício, incluindo diferentes modalidades entre os estudos, tais como mobilização suave das extremidades contra a resistência da água, corrida dentro das piscinas e dança em ambiente aquático. O exercício na água favoreceu fortalecimento muscular e maior mobilidade articular, além da imersão em meio aquecido levar à competição dos estímulos sensoriais térmicos com a sensação dolorosa, fatores que conjuntamente proporcionaram redução da percepção de dores musculoesqueléticas. Também foi indicado que essas terapias podem contribuir para melhora da disautonomia observada em portadores de FM, potencializando a redução da sensibilidade à dor e contribuindo para melhor controle autonômico cardiovascular, com o resultado de otimização da capacidade funcional. Outra repercussão dessas intervenções compreendeu o aumento da qualidade do sono, possivelmente explicado pelo aumento dos níveis de serotonina, neurotransmissor base para formação de melatonina e disfuncional na síndrome fibromiálgica. Conclusão: Destarte, conclui-se que a hidroterapia contribui para a redução da sintomatologia álgica através do relaxamento muscular e da melhora da circulação periférica. Assim, como resultado do melhor condicionamento geral, há o aumento, ou manutenção, das habilidades funcionais dos pacientes em seus hábitos de vida. Entretanto, para a qualificação a longo prazo dos benefícios, os estudos são insuficientes, demonstrando a necessidade de mais pesquisas de seguimento para avaliação do impacto e durabilidade de tais terapias.