A assistência psiquiátrica, no Brasil, até a década de 70 pode-se considerar marcada pela má qualidade de assistência aos portadores de doenças mentais, superlotação das instituições psiquiátricas, comercialização da loucura e cronificação do doente mental, tendo como vertente principal o modelo médico e hospitalocêntrico para essa prática (1)(2)(3)(4) .No final da década de setenta do século passado, emergem movimentos que procuram denunciar tal situação na perspectiva de melhoria da qualidade de assistência à saúde mental, tendo como ator central o Movimento dos trabalhadores de Saúde Mental que se inicia (5) . Esse movimento impulsiona a discussão a respeito da assistência psiquiátrica, que culmina na adesão de outras esferas sociais, tais como familiares de doentes mentais internados e da mídia, na luta por uma assistência mais humana e menos segregadora e violenta derivada do modelo hospitalocêntrico. Fato que repercute, dando origem ao movimento de reforma da assistência psiquiátrica.A reforma psiquiátrica brasileira "é um movimento histórico de caráter político, social e econômico, influenciado pela ideologia de grupos dominantes" (6:49) . Esse movimento teve suas raízes na concepção de desinstitucionalização dos Estados Unidos e da Itália e hoje é discutida como parte das políticas de saúde.Os objetivos da reforma enfatizam a substituição dos aparatos manicomiais pelos serviços comunitários e normatizam as internações involuntárias.Nesse contexto, fica clara a importância da mudança de conceito e atitude quanto à doença mental e, para que isso ocorra, é necessário que os profissionais de saúde mental se adaptem às novas concepções e assim possam efetivar a assistência pautada em uma ideologia de cidadania, ética, humanização e uma assistência integral.
ResumoEste trabalho descreve os aspectos político-sociais que envolveram a reforma da assistência psiquiátrica, enfocando o processo de desinstitucionalização e a importância da enfermagem além de constituinte da equipe interdisciplinar. Objetiva analisar o processo de assistência de enfermagem ao doente mental em serviços externos ao hospital. Constitui-se de revisão bibliográfica em periódicos nacionais no período de 1999 a 2001. As autoras discutem sobre o comprometimento dos trabalhadores na área de saúde mental, com a "desconstrução"/construção a cerca do cuidado, fazendo-se necessária uma abordagem humanizada por meio do relacionamento interpessoal de pacientes, enfermeiros e as equipes responsáveis pela assistência ao doente mental. Descritores: enfermagem psiquiátrica; cuidar; saúde mental Para isso, evidencia-se a necessidade da equipe interdisciplinar, na qual haja, entre seus integrantes, a coesão, a integração e o inter-relacionamento efetivo, buscando a aceitação, a reciprocidade e interação, tanto entre os técnicos, quanto entre eles e o sujeito de seu cuidado.Nesse sentido, a equipe interdisciplinar deve quebrar a hierarquia e os limites técnicos de cada um. Assim,as competências diversas de cada profissional devem ser integradas a partir d...