Estratégias do Departamento de Odontologia Restauradora para capacitação de seu corpo docente diante da pandemia

Abstract

O objetivo deste artigo foi relatar a experiência do Departamento de Odontologia Restauradora (ODR) em capacitar seu corpo docente e expandir o emprego da plataforma Moodle, durante o período de distanciamento social devido à pandemia da COVID-19. Assim que as aulas presenciais foram suspensas em março de 2020 e antes mesmo de a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) adotar o ensino remoto emergencial (ERE), um questionário sobre o emprego de tecnologias digitais no ensino foi elaborado por uma comissão determinada pela Chefia Departamental e enviado aos docentes. Percebeu-se, assim, a necessidade de capacitação desses profissionais quanto ao uso de tais tecnologias. Professores tutores do ODR planejaram oficinas virtuais com orientação individual, possibilitando o treinamento das funcionalidades da plataforma Moodle. Essa ação permitiu a todas as disciplinas do ODR estruturarem seus ambientes virtuais e tornou o corpo docente apto a empregar as ferramentas disponibilizadas pelo Moodle, garantindo a qualidade do ensino, mesmo que remotamente.

Mentoria reversa

“…A intensificação da interação por meio de TDIC provocada pela pandemia de Covid-19, tornouse um desafio para um grande número de docentes. A alta demanda pelo conteúdo, evidenciada pelo número de inscrições no curso oferecido pelo GEDAAM, é um indicativo da urgência dos docentes em buscar ou ampliar seus conhecimentos sobre as ferramentas e as formas de adaptação das aulas presenciais para o ERE, o que também foi evidenciado em outros cursos e IES (ARAÚJO et al, 2020;FERREIRA et al, 2020).…”

“…Essa nova responsabilidade foi recebida por profissionais cujo enfoque de formação, no geral, é em pesquisa, tendo pouca ou nenhuma formação sobre didática em plataformas virtuais de ensino. Consequentemente, a metodologia adotada nesse novo formato dificilmente é adequada ao estudo individual e coletivo do aluno, de maneira que sejam necessárias ferramentas para a formação continuada dos docentes (ARAÚJO et al, 2020;FERREIRA et al, 2020).…”

“…Até mesmo por uma questão geracional, alguns professores nunca haviam sido expostos a TDIC que implicam, entre outras coisas, a adoção de metodologias ativas de ensino. Nesse sentido, a mudança do formato presencial para o formato remoto acarretou a descentralização do processo de educação, que deixa de ser protagonizado pelo docente para se tornar focado no aluno (ARAÚJO et al, 2020) e na ressignificação das relações entre educadores e educandos (FERREIRA et al, 2020).…”

“…Essa alteração na dinâmica do ensino-aprendizado reforçou a importância da adoção de estratégias assíncronas por meio de plataformas com fácil acesso a aulas e a documentos, considerando as diferenças de rotina dos estudantes e sua possível limitação de conexão à internet, além de reforçar seu papel ativo no aprendizado. O modelo assíncrono, para proporcionar suporte aos estudantes e professores, depende da formação de comunidades por meio de fóruns, ferramenta pela qual o canal de comunicação entre as partes estaria sempre acessível (SALLABERRY et al, 2020;ARAÚJO et al, 2020). Mentoria reversa: elaboração de curso de ensino digital para professores durante a pandemia de Covid-19…”

Ensino remoto emergencial durante a pandemia na perspectiva freiriana:

“…Em uma segunda "filtragem" do material (feita a partir dos resumos), desconsiderouse as pesquisas dedicadas a debater experiências em outros países (portanto, em outros contextos socioeducacionais); compartilhadas ainda em versão preprint; e que não apresentaram os processos de ensino-aprendizagem como escopo principal da investigação.Por entender que constituem um outro campo (mais específico) dentro do debate sobre o ensino na pandemia, também foram desconsideradas as pesquisas que se debruçaram de forma mais detida sobre as particularidades e os desafios da formação médica e/ou na área da saúde nesse período.Parte considerável dos trabalhos coletados (13 ou 32,5%) evidencia, já no título, termos como "desafio", "impacto", "dificuldade" e "impossibilidade". al., 2021;ALMEIDA;ARRIGO; BORIETTI, 2020;AMORIM; COSTA, 2020;ARAÚJO et al, 2020;DINIZ; LASTÓRIA et al, 2020).As demais pesquisas podem ser agrupadas principalmente em três frentes, a saber: avaliação dos impactos do ERE para os discentes; avaliação dos impactos do ERE para os docentes; e reflexões sobre a educação no período pós-pandemia.…”