“…Visto que o processo de auto-organização pessoal voltado para o cumprimento das metas acadêmicas inclui necessariamente a formação de comportamentos eficientes de estudo, verificou-se, em diversas pesquisas, que os hábitos de estudo interferem no rendimento acadêmico de estudantes do ensino superior (Elliot;Mcgregor;Gable, 1999;Okpala;Okpala;Ellis, 2000;Magu, 2004;Credé;Kuncel, 2008;Andrade-Valles et al, 2018;Mascarenhas et al, 2020). Por outro lado, também se verificou que muitos estudantes universitários não apresentam métodos e hábitos de estudo adequados para atingir um bom desempenho acadêmico e lograr êxito nas atividades da vida universitária (Pintrich, 2002;Joly;Sisto, 2005;Cukras, 2006;Silva et al, 2020;Dassow;Vieira-Santos, 2021;Lemos et al, 2022). Para ilustrar este último ponto, no contexto brasileiro, segundo o estudo Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2015 (Brasil, 2017), que se baseou em questionários aplicados aos 447.056 participantes do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes 2015 (Enade), grande parte dos alunos que concluem o ensino superior no Brasil dedicam apenas de uma a três horas por semana aos estudos (49%), e 6% admitem que não estudam, limitam-se a assistir às aulas.…”