Esteroides anabolizantes androgênicos: conscientização sobre uso indiscriminado, utilização na terapêutica e relação risco-benefício

Abstract

Os Esteroides Anabolizantes Androgênicos (EAA), derivados do hormônio testosterona, apresentam importantes efeitos positivos na terapêutica. Contudo, os efeitos deletérios advindos do uso indiscriminado são atualmente agravado pelo apelo da perfeição estética que tais substâncias supostamente traz, além de, um alto rendimento em esportes e atividades como a musculação, fazendo com que a população em geral negligencie seus riscos que podem gerar sérios agravos de saúde, inclusive óbito. Neste contexto, esta revisão traz uma análise de estudos disponíveis em diferentes bases de dados, que abordam quando e em que condições o uso seguro de EAA é aconselhado na prática médica, pesando-se à relação risco-benefício. Observamos nesta revisão que, quando utilizados em doses terapêuticas e com monitoramento por profissionais de saúde, além de serem úteis no tratamento de distúrbios de puberdade, os EAA também podem ser benéficos durante o tratamento de diversas patologias, incluindo distrofia muscular, sarcopenia, falência da medula óssea, mielofibrose e doença renal crônica, bem como é relatado que eles podem auxiliar na recuperação funcional de pacientes que necessitam de ventilação mecânica ou com permanência prolongada em unidades de terapia intensiva e períodos pós operatório. Por outro lado, o uso de EAA sem acompanhamento/prescrição e indiscriminado pode causar desde sintomas agudos, tais como: euforia, irritabilidade, hiperatividade, tensão nervosa e psicose; até a consequências mais graves associadas a exposições prolongadas e crônicas, incluindo: danos no sistema cardiovascular, hipertensão, hipertrofia no ventrículo esquerdo, arritmias, trombose e pressão diastólica alterada, nestes casos, elevando o risco de morte. Diante disto, são necessárias políticas públicas de saúde para promoção de uma maior conscientização por parte de profissionais de saúde e população em geral (principalmente praticantes de musculação), instituindo práticas que permitam o entendimento do contexto no qual esta classe terapêutica é apropriada, desde que sérios riscos à saúde associados ao uso indiscriminado destes disruptores endócrinos é relacionado à consideráveis taxas de morbidade e mortalidade.

Endocrinologia e Imunologia: O caminho para compreender as doenças metabólicas, hormonais e autoimunes - Edição IX

“…Muitos indivíduos recorrem a elas de maneira inadequada, na tentativa de atingir um "padrão corporal ideal", influenciados pela pressão estética imposta pela sociedade. Como consequência, podem ocorrer distúrbios de imagem física acompanhando essa busca por ganho de massa muscular e redução do tecido adiposo, o que muitas vezes leva à combinação de doses excessivas de EAA para alcançar tais metas (AN- GELO, 2023& CASTILHO, 2021.…”

Educação em saúde como estratégia articulada entre Farmácia Universitária e Escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro para a promoção do uso racional de medicamentos

“…A conscientização precoce dos adolescentes para evitar o seu uso é imprescindível, uma vez que elas podem comprometer o desenvolvimento corporal e causar graves danos à saúde (Machado & Ribeiro, 2004). Por exemplo, o uso indiscriminado de EAA pode provocar desde euforia, tensão nervosa e psicose até danos no sistema cardiovascular, hipertensão, arritmias, trombose, elevando o risco de morte (Castilho et al, 2021).…”

Anais Do 2° Congresso Internacional Multiprofissional Em Atenção Primária À Saúde

“…A fitoterapia é uma prática antiga originada na Grécia que baseia-se na aplicabilidade de compostos extraídos de plantas com o objetivo da exploração das atividades bioativas obtidas a partir das propriedades físico-químicas, biológicas e farmacotóxicológicas para tratar e prevenir doenças. Essa medicina natural existe desde a antiguidade, e foi sendo desenvolvida com o passar dos anos até a atualidade, quando tornou-se globalmente alvo de pesquisas comprobatórias de seu potencial terapêutico (Ferreira et al, 2014;Camargos;Castilho, 2021).…”

“…No contexto histório nacional, a vasta biodiversidade brasileira favoreceu a exploração de diferentes plantas com aplicabilidade medicinal, sendo que o conhecimento dos indígenas fundido com os saberes trazidos pelos europeus, africanos e espanhóis potencializaram e popularizaram o seu uso em tratamentos. Entretanto, essas informações foram dissociadas durante as gerações, até a consumação da medicina moderna que, juntamente com o desmatamento de ecossistemas nativos, levou a decadência dessa prática (Haraguchi et al, 2020;Camargos;Castilho, 2021).…”