Espécies vegetais de uso popular no tratamento da dor: uma revisão sistemática

Abstract

A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada a lesão tecidual real ou potencial; de natureza multifatorial e reconhecida como sério problema de saúde pública. Embora com diversos fármacos sintéticos empregados na terapêutica, é constatado crescente expansão no uso popular de plantas e produtos derivados no tratamento e/ou alívio da dor; situação que merece destaque pela perspectiva do uso popular possibilitar seleção de espécies vegetais para os estudos de validação, mas alertar também para riscos pois a utilização dos insumos vegetais para fins terapêuticos exige certificação de eficácia, segurança e qualidade. Assim, este trabalho objetiva realizar revisão dos estudos etnodirigidos de espécies vegetais utilizadas nas popuçarmente para tratamento da dor. A busca foi realizada nas bases Scielo, LILACS e Pubmed, incluindo artigos publicados de 2011 a 2021, usando como descritores: “dor”, “etnobotânica” e “fitoterapia”. Foram selecionados 66 artigos, com predomínio de publicações no Brasil e Índia, na língua inglesa; com 70 espécies vegetais referidas, pertencentes a 40 famílias, predominando Asteraceae (12,35%). As espécies mais referidas foram Curcuma longa L. (7,14%), Zingiber officinale Roscoe (5,71%) e Mentha x piperita (4,28%); predominando uso das folhas (54,54%), preparadas por decocção (15,15%) e extração aquosa (13,63%). Embora diversas espécies sejam usadas popularmente para tratamento de dor, ainda são escassos os estudos de segurança e eficácia para uso terapêutico. Essa revisão sinaliza espécies a serem selecionadas para prosseguimento com estudo de validação, visando contribuição na oferta de novas opções de tratamento para dor, mas desperta para necessidade de ações de Farmacovigilância em Fitoterapia.

Espécies vegetais utilizadas em comunidades Quilombolas: uma revisão integrativa

“…Essa preferência pode ser justificada pela concentração dos princípios ativos necessários para o tratamento, facilidade de acesso, disponibilidade ao longo do ano e tradição nas comunidades quilombolas (Oliveira et al, 2022;Santana, Voeks, Funch, 2022).…”

“…A espécie Phyllanthus niruri L., nativa da América, especificamente do sul do Portanto, medidas preventivas e ações de farmacovigilância em fitoterapia são necessárias para garantir a segurança e o uso adequado das espécies medicinais nessas comunidades (Silva e Takemura, 2006). Essas informações ressaltam a importância de buscar conhecimento científico e orientação adequada ao utilizar espécies medicinais, para evitar riscos à saúde e promover o uso seguro e eficaz desses recursos naturais (Rodrigues 2007;Oliveira et al, 2022).…”

“…Além disso, é importante destacar que a associação de diferentes espécies vegetais, devido à potencialidade de interação com sinergismo dos seus bioativos, pode levar a efeitos tóxicos no organismo das pessoas. Essas interações representam um risco potencial para a saúde (Oliveira et al, 2022).…”

“…Embora as espécies vegetais e seus produtos derivados sejam tradicionalmente utilizados nas comunidades quilombolas para tratamento, cura e prevenção de várias doenças, é essencial reconhecer que essa prática baseada no mito de que "se é natural, não faz mal" requer atenção e ações efetivas de farmacovigilância em fitoterapia. É necessário promover a validação científica dessas espécies, considerando não apenas seus aspectos histórico-culturais, mas também sua segurança e eficácia (Rodrigues 2007;Oliveira et al, 2022).…”

Phytochemical profile and antioxidant potential of Carapa guianensis Aubl. (Meliaceae) Leaves

“…Estudos rigorosos, especialmente aqueles que exploram a composição química das espécies vegetais, desempenham um papel fundamental nesse processo. A análise detalhada dos constituintes químicos das plantas permite compreender melhor seus efeitos farmacológicos e identificar possíveis compostos bioativos (Brito et al, 2016;Rocha et al, 2021;Oliveira et al, 2022).…”