RESUMO -Os autores relatam o caso de uma paciente com espasmo hemifacial e impressão basilar associados a malformação de Arnold-Chiari. Com a descompressão cirúrgica da fossa posterior, empregada no tratamento da impressão basilar, houve melhora do quadro clínico e o espasmo hemifacial se reduziu quanto à frequência, duração e intensidade. ís enfatizada a necessidade do tratamento etiológico do espasmo hemifacial, antes de se recorrer à toxina botulínica. O espasmo da musculatura inervada pelo facial acomete um lado da face e caracteriza-se por contrações paroxísticas, irregulares e de graus variados. Iniciase geralmente pelo músculo orbicular da pálpebra e acomete em seguida a musculatura da comissura labial 5 > 12 . É mais comum na mulher, entre a quinta e sexta décadas, afeta principalmente o lado esquerdo, sendo os espasmos desencadeados pelo estresse psicológico, cansaço físico e movimentos da face, podendo ser evidenciados mesmo durante o sono e a anestesia 12. o espasmo hemifaeial (EHF) não é achado incomum na literatura médica, mas em nosso meio constitui raridade 5, principalmente quando comparado à incidência de paralisia facial perifé-rica, outra condição patológica do mesmo nervo. O EHF costumava ser considerado idiopático em sua grande maioria, mas estudos utilizando angiografia vertebral e tomografia computadorizada de crânio, evidenciaram etiologia bem definida em 83% dos casos 3. Dentre as etiologias mais citadas encontram-se a vascular, a neoplásica, as alterações degenerativas da transição, crânio-vertebral, a inflamatória, a infecciosa e a traumática 2 . Existem controvérsias quanto à frequência da associação do EHF com impressão basilar (IB) e/ou malformação de Arnold-
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