Escrever, inscrever, reescrever

Abstract

As crianças tem necessidade de pão, do pão do corpo, do pão do espírito mas necessitam ainda mais do seu olhar, da sua voz, do seu pensamento e da sua promessa. Célestin Freinet"A escola está em crise". "A escola não atende às necessidades da sociedade atual". "A escola está defasada". Estas são algumas das queixas que ouvimos com frequência a respeito da ineficiência da escola que temos hoje em dia.Muitos são os filósofos, psicólogos, cientistas, médicos que tomam essas questões como temas para suas pesquisas e, como resultado, nos apontam as falhas e quais seriam as saídas possíveis para este problema que parece não ter solução. Contudo, de um tempo pra cá, a academia -lugar de produção destas pesquisas -parece estar fazendo um movimento diferente do que sempre costumava fazer: alguns pesquisadores estão ouvindo os sujeitos que estão dentro da escola, abrindo, assim, uma nova perspectiva de se fazer pesquisa na área da educação. Seguindo esta linha de raciocínio, alguns podem se perguntar "qual é a contribuição destas pesquisas para quem está em sala de aula?" Provavelmente muitos destes estudos nem cheguem ao conhecimento de nós, professores da escola básica, pois como disse MAGDA SOARES (2003, p.76), "os pesquisadores escrevem para seus pares".Tendo em vista esta dicotomia entre quem pesquisa e escreve e quem está na ponta -na sala de aula -exercendo a função de professor, começamos a notar um segundo movimento, que é a pesquisa, o registro e a reflexão dos próprios profissionais, seja porque estão vinculados a uma instituição de formação continuada ou porque em suas escolas são convidados a discutir os problemas enfrentados no dia a dia da sala de aula. A partir destas reflexões coletivas, alguns professores sentem a