INTRODUÇÃO: A avaliação do nível de gravidade dos pacientes admitidos em UTI pode ser realizada através de sistemas de escore prognóstico,como o SAPS3,que prediz a mortalidade hospitalar, permitindo avaliar a qualidade do serviço prestado e comparar resultados com os de outros centros com pacientes de gravidade semelhante. OBJETIVOS:Avaliar o poder discriminatório do escore SAPS3 em pacientes internados em uma UTI geral de um hospital terciário de Teresina(PI) com relação à mortalidade hospitalar. METODOLOGIA:Estudo de coorte retrospectiva, observacional, de análise de prontuários dos pacientes internados no período de setembro a novembro de 2017. Os dados referentes à primeira hora de admissão na UTI foram utilizados para o cálculo do SAPS3.A validação foi calculada pelo método Hosmer-Lemeshow e a discriminação obtida através da curva ROC. Estudo aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da instituição. RESULTADOS:Foram incluídos no estudo 107 pacientes, com idade média 60±17 anos. Admissões cirúrgicas foram responsáveis por 49% das internações. O grupo dos não-sobreviventes apresentou maiores tempos de internação hospitalar antes da admissão(p=0,017) e de internação na UTI (0,023). A calibração mostrou c2=20,34 (p=0,0024). O menor valor do SAPS3 foi 29 e o maior 121(mediana 58). O valor do SAPS3 com maior poder discriminatório foi 58 (S80%, E86%; AUROC 0,8936). A mortalidade observada foi 34%, menor que a estimada pelo SAPS3 (49±32%). A razão de mortalidade padronizada (SMR) foi 0,68 (IC95% 0,90-0,46). CONCLUSÃO:O índice prognóstico SAPS3 apresentou bom poder discriminatório, porém superestimou a mortalidade, quando utilizada a equação adaptada para a América do Sul.