Resumo: Os autores analisam algumas características da erisipela no Brasil, alertando para a importância das formas de prevenção de recorrências, que podem ocasionar um quadro clínico de elefantíase, limitando muito as atividades familiares, sociais e profissionais do paciente. Fazem uma análise retrospectiva de 284 casos de erisipela no período de 1995 a 1996, analisando os seguintes fatores: sexo, idade, topografia da lesão, predisposição local e sistêmica, porta de entrada, tratamento, complicações e eventual necessidade de internação. Os resultados mostram que os homens e os obesos são mais atingidos pela doença, a faixa etária com maior incidência é a dos 60 aos 70 anos, e os membros inferiores são os locais de preferência para instalação. Nesta casuística, a tinha dos pés foi a principal porta de entrada da infecção bacteriana, e, quando o paciente apresentava bolhas necrotizantes, houve necessidade de internação hospitalar para tratamento. Como medicação de escolha e não havendo contra-indicação, a maioria dos casos foi tratada com penicilina benzatina e a cristalina Palavras-chave: Erisipela; Streptococcus
Summary: This study concerns Erysipelas disease in Brazil and is also a warning regarding the importance of preventing its recurrence, which may lead to a clinical picture of elephantiasis and consequent impairment in the domestic
INTRODUÇÃOA erisipela é uma celulite superficial com intenso comprometimento do plexo linfático subjacente e se caracteriza por placas eritematosas acompanhadas de dor e edema. Apresenta, ainda, bordos elevados e enduração que confere à pele aspecto de casca de laranja, conforme observação de Tanaka. Essas lesões expandem-se perifericamente, tornamse quentes e com limite demarcado, dois ou três dias depois do aparecimento dos sintomas gerais, que incluem um perío-do prodômico, em que há brusca elevação da temperatura até 39 o C ou 40 o C, calafrios, náuseas e intenso mal-estar.O agente etiológico mais comum da erisipela é o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A (raramente dos grupos C ou G, e, em recém-nascidos, do grupo B), 2 podendo ocorrer infecção pelo Staphilococcus aureus.Ocorre em qualquer faixa etária, e o pico se dá entre 60 e 80 anos Os locais mais acometidos são os membros inferiores, seguidos da face e membros superiores. É mais freqüente em pacientes do sexo feminino, sendo observada na maioria dos casos uma porta de entrada bem definida, como úlceras, traumas, micoses superficiais, picadas de inseto e feridas maltratadas.O diagnóstico é essencialmente clínico, uma vez que o isolamento do agente raramente é conseguido, provavelmente por sua presença escassa ou devido a suas complexas exigências dos meios de cultura.Na maioria dos casos existe indicação do uso de penicilina para tratamento da erisipela, mas, quando o paciente apresenta reação alérgica a esse tipo de medicamento, pode-se utilizar a eritromicina.As complicações mais freqüentes são erisipela bolhosa necrotizante, abscesso, tromboflebite superficial e profunda.O aumento da procura do Serviço de Em...