“…pois diarreia, distensão e dor abdominal, fraqueza, emagrecimento e sangramento anal, podem estar vinculados às parasitoses, doença hemorroidária e gastroenterites e, por conseguinte, estas queixas e demandas no contexto da APS não tem sido necessariamente valorizadas pelos usuários e pelos profissionais da saúde. Além disso, no contexto do SUS, os usuários têm vivido tratamentos com insucesso, estabelecimento de diagnósticos em fase avançada da doença, demora e peregrinação no sistema de saúde em busca de resolução de um problema de saúde; sendo necessário muitas vezes, recorrer a escolha de caminhos alternativos para conseguir acesso e agilizar a assistência, que estes acreditam necessitar(LENZA, 2016;ROSADO, 2019; SASAKI et al, 2012). Para a análise da experiência destas pessoas no SUS, considerando-se que todo processo biológico está vinculado ao contexto social, adotou-se a Epidemiologia social, pela busca da vinculação dos padrões de adoecimento com a saúde e a sociedade, principalmente nos estudos clássicos de Villermé(1826) instrumental dos atributos mensuráveis, a partir de casos individuais, que se por um lado valorizou o estilo de vida das pessoas, a educação em saúde e a responsabilização individual, a falta de um modelo de articulação enfraqueceu o aspecto coletivo e social, destacando-se os aspectos individuais, principalmente nas pesquisas epidemiológicas.A busca de explicações da Epidemiologia vinculada às Ciências Sociais no que se refere aos padrões do adoecimento populacional e a distribuição das doenças predominou nos séculos XIX até o século XX, o que resultou na Teoria da multicausalidade, que incluiu aspectos da organização da sociedade e da cultura como fatores que influenciam na produção das doenças, sem necessariamente ser considerado um determinante do processo.…”