“…A luta contra as velhas e novas formas de criminalização dessas populações -como as expropriações de territórios e de bens naturais, as perseguições baseadas em uma legislação ambiental excludente e a intrusão de elementos desagregadores, como uma escolarização que desqualifica os saberes tradicionais -tem como fundamento a resistência a viver na lógica que entende o trabalho como castigo e manter-se fundado na biointeração. 43 Os trabalhos de Elson Alves da Silva e Oriel Rodrigues de Moraes, ambos do quilombo de Ivaporunduva, dialogam diretamente com as questões levantadas por Antônio Bispo dos Santos, certamente por tratarem de experiências semelhantes e que possivelmente não estão distantes de outras comunidades rurais brasileiras, latino-americanas e de outros lugares do mundo que se contrapõem ao modelo dominante. Silva investigou, no seu mestrado em Educação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o trabalho da escola quilombola Maria Antônia Chules Princesa, integrada ao sistema educacional público paulista e construída a partir da demanda das comunidades de Ivaporunduva, São Pedro, Galvão, Pedro Cubas, Nhunguara, André Lopes e Sapatu.…”