2016
DOI: 10.1590/s0103-73312016000200006
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"Entre vidas e mortes, entre máscaras e fugas": um estudo sobre a prática médica hospitalar

Abstract: Resumo Nas sociedades complexas, confere-se aos médicos um saber sobre-humano que desafia a morte e a contesta como parte da vida. Nos serviços de urgência e emergência, diversos profissionais atuam diuturnamente e de modo muito próximo com a vida e com a morte. Este artigo analisa a prática médica ocidental a partir de um trabalho etnográfico realizado junto a médicos que trabalham num serviço de urgência e emergência de uma grande cidade. Buscou-se compreender a forma como esses médicos, enquanto indivíduos,… Show more

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“…Para a emergência e o modelo biomédico hegemônico, a visão predominante é da morte como resultado de uma disfunção orgânica, a ser tratada e evitada com todos os recursos técnicos e humanos disponíveis (REYNIERS et al, 2014;DELL'ACQUA;TOME;POPIM, 2013;TIMMERMANS, 2005;ILLICH, 2003). Por isso, nota-se uma satisfação do profissional quando consegue a sobrevida e sentimentos de insucesso, fracasso e impotência quando a morte prevalece MODESTO, 2016;MENEZES, 2015;ARIÈS, 2014). No contexto específico da emergência, cuja cultura organizacional é de agir rápido para salvar vidas (DESLANDES, 2002), o moribundo é visto como a prova da derrota da medicina na luta contra a morte (PITTA, 2016;MONTEIRO et al, 2015;ARIÈS, 2014;AFONSO;MINAYO, 2013;ILLICH, 2003).…”
Section: A Emergência Como Contexto Em Que a Comunicação De Morte Ocorreunclassified
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“…Para a emergência e o modelo biomédico hegemônico, a visão predominante é da morte como resultado de uma disfunção orgânica, a ser tratada e evitada com todos os recursos técnicos e humanos disponíveis (REYNIERS et al, 2014;DELL'ACQUA;TOME;POPIM, 2013;TIMMERMANS, 2005;ILLICH, 2003). Por isso, nota-se uma satisfação do profissional quando consegue a sobrevida e sentimentos de insucesso, fracasso e impotência quando a morte prevalece MODESTO, 2016;MENEZES, 2015;ARIÈS, 2014). No contexto específico da emergência, cuja cultura organizacional é de agir rápido para salvar vidas (DESLANDES, 2002), o moribundo é visto como a prova da derrota da medicina na luta contra a morte (PITTA, 2016;MONTEIRO et al, 2015;ARIÈS, 2014;AFONSO;MINAYO, 2013;ILLICH, 2003).…”
Section: A Emergência Como Contexto Em Que a Comunicação De Morte Ocorreunclassified
“…A sociedade ocidental recusa-se a reconhecer o luto, interdita as manifestações das emoções no hospital, lugar em que soam como inadequadas, seja por parte do doente, de seus familiares ou dos profissionais MENEZES, 2015;ARIÈS, 2014;LE BRETON, 2009). Porém, a prática comunicativa sobre a morte ultrapassa a delimitação informacional de transmissão de mensagens e abrange uma interação complexa com diferentes significados entre os sujeitos culturais MODESTO, 2016;PITTA, 2016).…”
Section: Angustiar-seunclassified
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“…Embora, do ponto de vista técnico, para os médicos a morte encefálica seja a "mais tranquila" de lidar, a entrevistada revela sua angústia diante da espera pela consumação de um óbito que ela sabia certo e evidencia as dificuldades do saber biomédico em lidar com a morte e o morrer 4 .…”
Section: Quadrounclassified
“…Nesse contexto, para evitar a morte, desfecho que contraria e desafia os ditames biomédicos, adotam-se diferentes dispositivos médicos e institucionais a serviço da manutenção da vida 4 . Nesse sentido, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e os Centros de Terapia Intensiva (CTI) assumem um importante papel: o primeiro assegura maior agilidade no processo de atendimento 5 , e os segundos oferecem condições para a sustentação da vida 6,7,8 .…”
Section: Introductionunclassified