Entre o cinismo e a hipocrisia: o novo ciclo de reformas educacionais no Brasil

Girotto, Eduardo Donizeti

doi:10.1590/0104-4060.54043

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“…As reformas educacionais, especialmente a partir dos anos 1990, caracterizaramse por secundarizar os conteúdos, base objetiva dos conceitos, em favor da construção de competências e habilidades (YOUNG, 2011). O discurso ajusta-se, devemos nos lembrar, a um modelo econômico que oferece precariedade, incerteza e responsabilização individual dos trabalhadores pelo cenário de penúria, obra do próprio modelo (GIROTTO, 2018).…”

Section: A Necessidade Da Mudança: Os Currículosunclassified

A Geografia Escolar e a reorganização curricular provocada pela reforma do Ensino Médio

Gonçalves

2023

Rev. Bras. Ens. Geog

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A Reforma do Ensino Médio (2017) e a homologação da BNCC (2018) foram dois importantes instrumentos utilizados para a reestruturação do ensino secundário. Essas mudanças educacionais, de caráter nacional, acompanham um movimento global de reestruturação da educação e do currículo. Nesse artigo, pretende-se apresentar como a disciplina de Geografia situa-se no "Novo Ensino Médio". Para tanto, investigou-se os documentos curriculares das unidades federativas construídos para adequação à Lei 13.415/17. De natureza qualitativa, o presente estudo fundamenta-se metodologicamente na pesquisa documental. Intencionou-se consultar os documentos e matrizes curriculares elaborados pelo Distrito Federal e estados brasileiros, uma vez que a implementação do Ensino Médio ocorre em 2022. Os resultados alcançados demonstram a diminuição, em importância, da Geografia em particular e das humanidades em geral nos sistemas escolares estaduais. Palavras-chave Currículo, Novo Ensino Médio, Ensino de Geografia. Geography and the new curriculum proposed by the High School reform Abstract The High School Reform (2017) and the approval of the National Communal Curriculum Base - BNCC from 2018 have been important tools to restructure secondary education. On a national level, these educational changes follow a global movement in restructuring educational systems and subject’s curriculum. The paper aims to show how a subject as geography stands in the “New High School Education System”. Therefore, we have researched documents on curriculum from federal units and drafted to comply with the Law 13.415/17. The present study has a qualitative aspect, and its method relies on the survey of documents. We have consulted documents and curriculum sources drafted by Distrito Federal unit and Brazilian federal states once implementing the “New High School Education System” taking place in 2022. Preliminary results show that geography and humanities now have less relevance in educational systems at state level. Keywords Curriculum, New High School Education System, Geography teaching.

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Section: A Necessidade Da Mudança: Os Currículosunclassified

A Geografia Escolar e a reorganização curricular provocada pela reforma do Ensino Médio

Gonçalves

2023

Rev. Bras. Ens. Geog

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“…A articulação de discursos neoliberais ao campo do currículo e a constituição de indivíduo aprendentes são gestados continuamente no âmbito do Conselho Nacional de Educação (CNE), o que demonstra a permeação gradativa do empresariado brasileiro no planejamento educacional (Girotto, 2018, Krawczykii & Martins, 2018.…”

Section: A Consolidação Da Racionalidade Neoliberal No Campo Da Educação (2010-2018)unclassified

A instituição da racionalidade neoliberal nas políticas educacionais brasileiras a partir dos princípios “continuar aprendendo” e “aprender a aprender”

Pizolati

2021

EPAA

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Considerando o contexto neoliberal no presente e suas implicações no campo da educação, objetiva-se examinar a gênese discursiva do princípio “aprender a aprender” que incide no “continuar aprendendo”, conforme apontam as políticas educacionais para o Ensino Médio. Para tanto, alicerçado teórica e metodologicamente nos estudos das Políticas Educacionais e de Currículo, procede-se à análise histórico-documental. A materialidade elegida concerne em marcos legais subsequentes à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 1996). Observa-se que a constituição do neossujeito aprendente, de modo flexível, responsabilizado e autônomo reside na promulgação da LDBEN e é referendado paulatinamente em políticas educacionais e curriculares que fundamentam a Base Nacional Comum Curricular - Ensino Médio. O sentido tomado pela educação brasileira na atualidade está em consonância com o que apregoa o mercado, no qual o intuito é internalizar e potencializar pressupostos como o empreendedorismo e o empresariamento de si. Assim, a racionalidade neoliberal tende a consolidar-se por intermédio da individuação e da autonomia flexibilizada do itinerário formativo pensado para o Ensino Médio. Fomenta-se, nesse processo, a instituição de neossujeitos aprendentes ao longo da vida.

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“…Buscando a "continuidade de um projeto que visa construir um modelo de educação economicamente viável à luz das atuais disputas pelo orçamento público" (GIROTTO, 2018, p. 161), fazendo com que o discurso da contenção de investimentos seja um aspecto central no atual ciclo de reformas educacionais na América Latina. Girotto (2018) também aponta essa lógica como parte de uma nova concentração política no país, cujos atores centrais são os empresários transnacionais e as organizações criadas por estes, com o intuito de difundir o discurso de que os princípios da nova gestão pública devem ser seguidos na educação. Essas entidades se organizam em torno de agenda própria, "fazem lobbies junto a governos, assembleias legislativas e Congresso" (FREITAS, 2016, p. 29), influenciando a rede de ensino e aprovando reformas educacionais.…”

Section: Introductionunclassified

Das políticas e desmontes educacionais às resistências cotidianas da periferia

Oliveira

Souza

2023

Rev. Bras. Ens. Geog

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Neste artigo buscamos apresentar um breve diálogo acerca dos ataques e desmontes educacionais que têm sido promovidos ao longo dos últimos anos por parte do Estado e dos agentes reformadores da educação. Do mesmo modo, demonstramos que estas políticas não são aceitas de forma pacífica ou alienada, sendo promovidos inúmeros movimentos de resistência, principalmente nas regiões periferizadas, por parte dos sujeitos educandos. Estas resistências manifestam-se, majoritariamente, no plano do cotidiano e local. As considerações aqui colocadas são fruto de estudos realizados em conjunto com estudantes da região periférica da cidade de Curitiba/PR, protagonistas do movimento de ocupações de escolas no ano de 2016, por meio de entrevistas e oficinas de cartografia colaborativa. Para tanto, subdividimos a discussão em três momentos, no primeiro apresentamos quais são as políticas educacionais que têm sido implementadas nos últimos anos, num segundo momento evidenciamos as resistências construídas no plano do cotidiano, que se contrapõem a lógica anteriormente exposta, fechando por fim com um debate voltado para o ensino de geografia, buscando repensá-lo tendo por base as vivências, territorialidades e experiências dos educandos. Palavras-chave Políticas educacionais, Resistência cotidiana, Geografia escolar. From educational policies and disassembles to peripheral everyday resistance: other ways to think Geography teaching curricules Abstract In this article, we seek to present a brief discussion about attacks and dismantlings on education, promoted by the State and reformers of education over the last few years. Also, we demonstrate that these policies are not accepted in a peaceful or alienated way, with student subjects promoting many resistance movements, mostly in peripheralized regions. These resistances manifest themselves mainly on an everyday life and local basis. The considerations made here are the result of studies held with students of the peripheral region of Curitiba/PR, protagonists of the school occupations movement of 2016, through interviews and collaborative cartography workshops. For this purpose, we subdivided this discussion in three moments, in the first we present what are the educational policies implemented in the past years, in the second we highlight the resistances built on everyday life, opposing the logic presented before, closing with a discussion towards the teaching of geography, to rethink it based on students experiences and territorialities. Keywords Educational policies, Everyday resistance, School Geography.

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Entre o cinismo e a hipocrisia: o novo ciclo de reformas educacionais no Brasil

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A Geografia Escolar e a reorganização curricular provocada pela reforma do Ensino Médio

A Geografia Escolar e a reorganização curricular provocada pela reforma do Ensino Médio

A instituição da racionalidade neoliberal nas políticas educacionais brasileiras a partir dos princípios “continuar aprendendo” e “aprender a aprender”

Das políticas e desmontes educacionais às resistências cotidianas da periferia

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