Entre a mulher e a salvação do bebê: experiências de parto de mulheres com HIV

Abstract

O artigo analisa a experiência de parto de mulheres com HIV na perspectiva da bioética feminista. Trata-se de um estudo de casos múltiplos com seis mulheres entrevistadas na gestação e três meses depois do parto. Como resultados, apontamos a pouca participação na escolha da via de parto, a falta de orientações no pré-natal, inclusive quanto à prevenção da transmissão vertical (TV) e o pouco uso de analgesia ou técnicas de alívio da dor, evidenciando falhas no processo de cuidado humanizado. O medo da transmissão para o filho(a) se soma à centralidade conferida à prevenção da TV e à salvação do bebê. A saúde sexual e reprodutiva e o enfrentamento do diagnóstico pelos casais não foram foco de cuidado, denotando hierarquias reprodutivas e carência de uma atenção integral.

Transmissão Vertical Do Hiv Em Gestantes: Consulta Coletiva Como Estratégia Para Redução / Vertical Transmission of Hiv in Pregnant Women: Collective Consultation as a Strategy to Reduce

“…A maternidade das mulheres que vivem com HIV é sensibilizada pelas sobrecargas psicossociais relativas à discrição e ao estigma, além do forte receio da TV. O medo e a culpa quanto à possibilidade de infecção do bebê e à não amamentação aumentam com os julgamentos morais e o estigma a que estão expostas como mães, tanto em sua comunidade quanto nos serviços de saúde 17 .…”

Assistência de enfermagem às gestantes diagnosticadas com HIV no pré-natal: Uma revisão integrativa

“…Por ser uma doença que se propaga rapidamente, incurável e associadas à condições socioeconômicas, cultural e familiares (Medeiros & Jorge, 2018), muitas pessoas ainda sofrem com o preconceito, julgamentos e sentimento relacionados ao medo da morte e vergonha (Bellotto et al,2019) o que pode repercutir na não adesão ao tratamento e não compartilhamento da sua condição sorológica com outras pessoas (Fernandes et al;. Diante disto, é fundamental que o profissional de enfermagem acolha esta gestante em processo de adoecimento e busque estratégias a fim de ajudar no enfrentamento, ter melhor aceitação e desenvolva o autocuidado, empoderamento e autonomia (Rahim et al, 2017) (Almeida, Borges & Oliveira, 2020), para que consiga viver com prazer e alegria este momento tão especial de sua vida.…”

Nutritional Status of HIV-Positive Pregnant Women in Luanda, Angola

“…The presence of Human Immunode ciency Virus (HIV) in the pregnancy does not reduce positive feelings about motherhood, but imposes many fears and strict care to prevent vertical transmission, particularly during birth [5]. When a HIV-positive woman becomes pregnant, some additional aspects must be considered in relation to her nutritional status, because the energetic demands of this woman are determined by the high energetic expenditure of rest, in the occurrence of infection and by the physiological adjustments proper to the gestational process, so that the increase in nutritional needs should re ect both the demands of pregnancy and infection [6].…”

“…Nutritional alterations, such as weight loss and protein reduction are common in HIV infection, alterations that lead to malnutrition, which results in a weakened immune system, requiring multivitamin supplementation during pregnancy and in the postpartum period, which signi cantly improve the hematological status of HIV-infected women as well as their children [7]. Experiences of guilt and fear of transmitting HIV to the child add to the health policies and actions that contribute to motherhood prophylaxis [5], the challenge posed by the HIV/AIDS epidemic in Africa, Angola, through the support of UNAIDS and the UN, support the initiative of the 37 First Ladies of African countries, whose program named "Born Free to Shine" has sought to offer treatment conditions to HIV-positive pregnant women in order to reduce the rate of mother-to-child transmission of HIV by offering them quality and humane care services [8].…”