Ensino profissional e tecnológico na pandemia COVID-19: contexto político e educacional

Abstract

Durante o enfrentamento da pandemia pela COVID-19, foi necessário adotar medidas alternativas no contexto político-educacional de modo a manter o ano letivo. O objetivo do estudo foi apresentar as medidas deliberadas pelo setor político na área educacional durante a pandemia e refletir o impacto social dessas medidas no ensino profissional e tecnológico. Nessa revisão qualitativa os artigos, publicados em 2020, foram selecionados nas bases de dados Scielo e Google Acadêmico. Após revisar as medidas deliberadas pelo setor político-educacional, notou-se que essas foram baseadas em um modelo geral, sem considerar as dificuldades de acesso e a qualidade de ensino a ser ofertado. As instituições de ensino público sinalizaram que uma parcela dos estudantes não possui acesso à internet, o que impacta diretamente no acesso ao ensino de qualidade, aumentando os índices de evasão escolar. Nota-se que as instituições de ensino federal desenvolveram mecanismos internos para incluir os estudantes sem acesso à internet. Contudo, a falta de acesso aos computadores e à internet por estudantes da rede pública é um problema existente desde antes da pandemia. A relação política e social no contexto educacional é complexa. Esforços vêm sendo realizados pela comunidade escolar no sentido de democratizar o ensino para todos os estudantes durante o período de pandemia. Sugerimos que para melhor aplicabilidade do ensino remoto durante a pandemia, deverão ser realizados mais investimentos por parte dos órgãos governamentais no sentido de possibilitar acesso a todos os estudantes da EPT e diminuir os índices de evasão escolar e a desigualdades sociais.

BNCC e pandemia Covid-19: impactos causados em uma escola EJA cearense

“…Entretanto, os anos de 2020 e 2021 também tem apresentado outro desafio para os sistemas de ensino, que é a pandemia do vírus Covid-19, que obrigou a adoção de medidas de restrição de circulação de pessoas por meio do lockdown, como medida sanitária para fins de conter a disseminação do respectivo vírus, o que impossibilitou as aulas presenciais nas escolas, e as obrigou a adotarem o ensino remoto e as vezes híbrido, para garantir o desenvolvimento das aulas e demais atividades administrativas-pedagógicas. Isto exigiu como prioridade máxima, as vezes até de modo repentino, aos docentes e discentes a adotarem meios tecnológicos digitais para fins educativos (Couto, Couto, Cruz, 2020, Garcia et al, 2020Moreira et al, 2020), porém pode ter, ao mesmo tempo, limitado ou impossibilitado o desenvolvimento do planejamento educacional e das demais funções socioeducativas das escolas.…”

“…Para tanto, as instituições de ensino e os indivíduos se valeram dos recursos da cibercultura, como as redes de internet de alta velocidade e os computadores pessoais, laptops, tablets e smartphones, de modo a viabilizar uma infinidade de atividades de ensino e administração escolar e acadêmica, tais como: transmissões de aulas ao vivo, cursos online, ambientes virtuais de aprendizagem, laboratórios virtuais, reuniões pedagógicas e de colegiado, provas e trabalhos online, debates etc. (Couto, Couto, Cruz, 2020, Garcia et al, 2020, Moreira et al, 2020.…”

“…Apesar do contexto da cibercultura apresentar perspectivas promissoras para a educação, a migração das atividades de ensino do modo presencial para o remoto/hibrido também revelaram problemas e dificuldades, dentre eles destacam-se: as desigualdades sociais dos estudantes brasileiros, sendo que aqueles que apresentam baixa renda ou tem acesso limitado aos meios midiáticos e as redes de internet de alta velocidade, ou não tem nenhum acesso as redes de internet, inviabilizando sua participação em atividades remotas; a precariedade das unidades escolares e até de secretarias de educação em dispor de redes de internet de alta velocidade e/ou possuírem dispositivos para fazer transmissões via web; o desconhecimento ou falta de habilidade de muitos educadores e estudantes em utilizar recursos tecnológicos digitais para fins educativos; a falta de um planejamento de médio e longo prazo de governos e de instituições de ensino público ou privadas para implementação e desenvolvimento de atividades de ensino remotas/hibridas (Couto, Couto, Cruz, 2020, Garcia et al, 2020, Zucoloto, 2021. Em sua origem etimológica, Santos (2018) argumenta que a palavra currículo significa rota ou direção a ser seguida por individuo ou grupo de indivíduos.…”

“…As citadas diretrizes operacionais revelam que a educação cearense era predominantemente presencial, e que necessitou se adaptar de forma urgente ao contexto remoto. Para tanto, as diretrizes informam a necessidade de que os gestores e docentes qualifiquem as escolas para esse fim, porém não há qualquer menção de como isso será feito, nem sobre o possível desenvolvimento de capacitações de gestores e docentes de formá-los para a realidade remota, corroborando com o provável cenário de dificuldades que as escolas enfrentariam nesse contexto (Couto, Couto, Cruz, 2020, Garcia et al, 2020, Zucoloto, 2021.…”

“…Neste contexto, é importante enfatizar o desafio vivenciado pelos docentes que, de uma hora para outra, tiveram que adotar novas metodologias e tecnologias, e começaram a ensinar e aprender de outras formas, uma vez que estavam acostumados à sala de aula presencial, em que ministravam aulas com pouco ou quase nenhum auxílio de TIC, sendo que os professores tiveram que se reinventar, pois a grande maioria não estava preparada e nem formada para isso (Couto, Couto, Cruz, 2020, Garcia et al, 2020, Zucoloto, 2021.…”