Este texto apresenta como ponto de partida a nossa experiência e imersão na escola. O nosso objetivo foi o de analisar, por meio do cinema, os efeitos das generificações dos corpos nas aulas de Educação Física, nas dimensões culturais e percepções de mundos de discentes e docentes. Para isso, foi realizada uma pesquisa em uma instituição de ensino pertencente à rede estadual do Rio de Janeiro no ano de 2017. Utilizamos uma abordagem qualitativa pautada em estudos antropológicos abrangendo revisão bibliográfica, análise cinematográfica e trabalho de campo. Por meio da pesquisa realizada, identificamos que, a Educação Física ao se agenciar como um dispositivo para estabelecer um percurso linear, fundamentado estritamente em uma perspectiva biológica, muitas vezes, atua como um mecanismo de normalização, hierarquização e generificação dos corpos. Problematizamos ao longo desse trabalho a importância de (re-)pensar: a formação dos profissionais dessa área pelo viés da transformação política, ética, estética e prática para permitir a estes afirmarem todas as manifestações de diversidade existencial; e os processos de ensino a partir de vivências que sejam propiciadas aos alunos a compreensão do mundo por meio de variadas modalidades sensoriais, instigando as memórias corporais, revitalizando a prática do brincar e o estímulo à criatividade.