“…O que caracteriza estruturalmente as relações de trabalho no País não é apenas a mobilidade dos trabalhadores entre posições "formais" e "informais", que aliás é bastante intensa. O contínuo fluxo dos trabalhadores entre essas posições deixa entrever que a dita formalização do trabalho no Brasil pouco diferencia quem é empregado ou subempregado, terminando por obscurecer a fragilidade dos vínculos de emprego produzidos pela economia (CARDOSO, 2013).…”
Section: O Desmonte Das Políticas Públicas De Emprego No Brasilunclassified
Esta talvez seja a grande tarefa do Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho da Fundação Oswaldo Cruz. Ousar a partir de um pensamento crítico, não binário e sem medo de ser, simultaneamente, conceitual, político e prático para mudar a realidade brasileira. Uma nova agenda contra-hegemônica está em construção ainda que as peças estejam sendo montadas em vários lugares e grupos sociais.Este livro e este projeto é parte essencial dessa aposta. Sua leitura é essencial. Que o aprendizado decorrente nos ajude a continuar tendo utopias enraizadas na história e na realidade brasileira e latino-americana!
“…O que caracteriza estruturalmente as relações de trabalho no País não é apenas a mobilidade dos trabalhadores entre posições "formais" e "informais", que aliás é bastante intensa. O contínuo fluxo dos trabalhadores entre essas posições deixa entrever que a dita formalização do trabalho no Brasil pouco diferencia quem é empregado ou subempregado, terminando por obscurecer a fragilidade dos vínculos de emprego produzidos pela economia (CARDOSO, 2013).…”
Section: O Desmonte Das Políticas Públicas De Emprego No Brasilunclassified
Esta talvez seja a grande tarefa do Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho da Fundação Oswaldo Cruz. Ousar a partir de um pensamento crítico, não binário e sem medo de ser, simultaneamente, conceitual, político e prático para mudar a realidade brasileira. Uma nova agenda contra-hegemônica está em construção ainda que as peças estejam sendo montadas em vários lugares e grupos sociais.Este livro e este projeto é parte essencial dessa aposta. Sua leitura é essencial. Que o aprendizado decorrente nos ajude a continuar tendo utopias enraizadas na história e na realidade brasileira e latino-americana!
“…Como bem sinaliza Cardoso (2013), há que se colocar em questão o campo conceitual derivado da ideia de informalidade sob o risco de "impedir que se compreendam as conexões que se estabelecem entre os vários elementos do sistema" econômico capitalista financeirizado além 3…”
Section: Mercado Formal E "Informal" De Trabalhounclassified
“…A plataformização do trabalho representa um ganho de escala nesse processo de desterritorialização do fluxo de capitais, na medida em que traz a periferia para perto do centro do sistema. Isso, não em termos espaciais, mas em termos do tempo transcorrido até a apropriação pelo capital dos recursos que circulam pela periferia (Cardoso, 2013). O ganho de escala se dá pelo assentamento em TIC, tornando muito mais rápida a apropriação pelo centro do sistema dos recursos gerados em sua periferia.…”
Section: Mercado Formal E "Informal" De Trabalhounclassified
Em um quadro em que se constata a ampliação exponencial da exploração do trabalho por plataformas digitais e de discussões sobre a relação de funcionalidade entre os mercados centrais e periféricos de trabalho, propõe-se aqui uma análise do trabalho de entregadores/as e motoristas por aplicativos no contexto social, político e econômico brasileiro. O objetivo é identificar normas e valores em circulação nas experiências dos trabalhadores no entrecruzamento de seus contextos de vida e trabalho. Com base no referencial teórico da Ergologia, realizou-se uma pesquisa qualitativa com vistas à aproximação das vivências e atividades dos sujeitos por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam valores em circulação nos debates de normas que entram em conflito entre o ideal de liberdade anunciado pelas empresas-plataforma, o controle e o direcionamento do trabalho operado por elas via gerenciamento algorítmico e a iminência de perda da fonte de sustento. Afirma-se, afirma-se a importância da construção de caminhos coletivos de produção da saúde, seja no âmbito macrossocial ou na experiência concreta e cotidiana de trabalho.
“…Segundo Cardoso, em termos de empregos, o Brasil sequer foi uma sociedade industrial. Mesmo quando a indústria, setor gerador das melhores ocupações, tornou-se o principal motor de acumulação capitalista nacional, ela não chegou a empregar nem um terço dos brasileiros (Cardoso, 2010(Cardoso, , 2013. Somente um segmento restrito de trabalhadores mais qualificados foi que, de fato, desfrutou de posições mais rentáveis, estáveis e com alguma proteção social geradas na esteira da industrialização desenvolvimentista (Guimarães, Agier & Castro, 1995).…”
Section: Metodologia E Investigação Empíricaunclassified
Este artigo deriva da pesquisa empírica “Radiografia do Brasil contemporâneo”, realizada entre os anos de 2015 e 2016 junto ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Abordamos a desigualdade entreas classes sociais a partir da problematização do modo como essas vivenciam e se relacionam subjetivamente em seu cotidiano e ao longo de suas biografias com o mundo do trabalho. Por meio de entrevistas em profundidade com indivíduos das classes populares e também com integrantes das classes médias, discutimos como as experiências vividas e significados atribuídos ao trabalho apresentam conteúdos contrastantes e profundamente desiguais quanto às formas de inserção, sentido, trajetória e identidade. Sustentamos, no artigo, a tese segunda a qual a esfera do trabalho brasileira se caracteriza, em grande medida, como um domínio de rotinização de experiências de não-reconhecimento, violência e desclassificação social contra as frações mais destituídas das classes populares.
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