Ensaio sobre visibilidades e cegueiras no mundo formativo da Odontologia

Abstract

O ensaio, parte 2, enfatiza o uso ampliado de tecnologias informacionais de ensino virtual (ou remoto) e as possibilidades de inovações nas práticas pedagógicas, técnicas e políticas com especial destaque para a práxis dos estágios curriculares em Odontologia. O foco aqui debruça-se sobre como no cenário pandêmico produziram-se, pelos órgãos corporativos e nos âmbitos institucionais, normativas de gestão digital das práticas profissionais e educacionais e seus reflexos em se tratando de estágios no Sistema Único de Saúde. Conclui com a crítica sobre as relações ambivalentes entre o humano e o tecnológico, em particular sobre o conceito de presença no contexto pandêmico, mas indagando também sobre horizontes futuros pós-pandêmicos no universo educacional.

How Brazilian oral health care workers face COVID-19

“…Given the panorama of social iso-Braz J Oral Sci. 2023;22:e237812 lation imposed by the pandemic, the privileged education strategies were elaborated online, lacking a foundation in the problematization of realities 28 . Digital tools (applications, online courses) allow for fast and constant updating.…”

“…It is noteworthy that this type of pedagogical tool is an essential resource in the face of social isolation. However, it disfavors human interaction that facilitates learning and sociability 28,29 . Thus, coordinated actions based on a national education program for health professionals should be proposed with a broad scope, contributing to safety in work processes 26 .…”

Adaptação e produção acadêmica em tempos de distanciamento social

“…Dentre essas extensões, destaca-se o projeto "UESPI Odonto" que leva orientação sobre higiene bucal a famílias de crianças carentes em creches assistidas pelo projeto social da Diocese da cidade de Parnaíba, no estado do Piauí. Nos encontros online, os extensionistas trocavam experiências sobre novas abordagens de educação em saúde, além do planejamento, elaboração e confecção de material lúdico que os auxiliavam nas atividades de prevenção de cárie e escovação supervisionada com as crianças do projeto 29 .…”

“…Diante dessas características particulares das rotas de transmissão da COVID-19, os profissionais de odontologia correm um alto risco de infecção, devido às características inerentes da prática odontológica e dos ambientes de consultório 13 . Na Odontologia, o risco de transmissão de infecção entre profissional para paciente ou paciente para profissional é elevado, pois há um contato próximo com fluidos corporais e orais, como saliva e sangue, durante procedimentos odontológicos, bem como no manejo de instrumentos que possam estar contaminados [13][14][15] .Além disso, o uso de equipamentos de alta rotação, ultrassom e outras ferramentas que auxiliam o cirurgião-dentista na realização de procedimentos clínicos produzem aerossóis e gotículas de saliva, tornando o consultório odontológico um local altamente contaminado e possível via de transmissão do coronavírus e de outras infecções 16 .…”