Enlaces e entraves para a soberania alimentar e nutricional: movimentos sociais no contexto das relações Brasil-Moçambique nas áreas de alimentação e agricultura

Abstract

CAMPOS, André Luzzi de. Links and obstacles for Food and Nutritional Sovereignty: social movements in the context of the Brazil-Mozambique relations in the areas of food and agriculture,

Efeitos do ciclone Idai na produção, disponibilidade e acesso aos alimentos no distrito de Sussundenga em Moçambique

“…Sabe-se que o aumento significativo de preços de produtos alimentares e, consequente, aumento do custo de vida, podem dificultar o acesso aos produtos alimentares no mercado (Campos, 2016). Tratando-se de zona rural, o acesso a alimentos é também influenciado pela sazonalidade da produção agrícola (Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional [SETSAN], 2015).…”

“…Essa situação é corroborada com estudos que indicam que em lugares onde registam-se eventos climáticos na África, a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) fica prejudicada e, por consequência, as taxas de desnutrição tendem a aumentar significativamente (Campos, 2016;IPCC, 2014).…”

Relação Entre Estado E Sociedade: Uma Reflexão Sobre a Relação Entre O Estado E Os Movimentos Sociais Através Da Campanha “Não Ao Prosavana”

“…Essa internacionalização percebeu-se nos esforços de divulgação e engajamento de organizações e movimentos sociais em outros países, especialmente dos países vizinhos, para dar visibilidade aos impactos da iniciativa e ao mesmo tempo buscar apoio para a Campanha "Não ao ProSavana" (FERREIRA, 2012;CAMPOS, 2016). Esse vínculo transnacional tornou-se mais importante à medida em que o processo de contestação evoluía (SHANKLAND; GONÇALVES; FAVARETO, 2016).…”

“…A campanha usava os diferentes meios de comunicação para disseminar suas bandeiras de luta e os impactos das ações já adotadas ou por serem adotadas pelos governos envolvidos e as corporações, ao passo que, esses últimos blindavam-se, assumindo a transparência como um mecanismo de gestão de possíveis crises e riscos de suas imagens e reputações no processo de implementação do programa (CAMPOS, 2016), sem nenhuma preocupação com as comunidades abrangidas. Então o objetivo da campanha era buscar modelos alternativos, modelos que podiam suportar a agricultura camponesa, modelos que dialoguem com as visões da sociedade civil e das comunidades que pelas quais atuam como mediadores, revelando uma não democratização e fraco exercício de cidadania do processo decisório do programa.…”

“…Essa relação demostra a existência de diferentes visões de mundo sobre o desenvolvimento rural e consequente melhoria das condições de vida, onde de um lado temos uma visão neocapitalista que aposta em um desenvolvimento via agronegócio e modernização da agricultura, com apoio de alguma parte dos movimentos sociais, e de outro lado um desenvolvimento que aposta na agricultura tradicional familiar e agroecológica. Estes últimos, na forma de sociedade civil organizada, que pela forma de agir também busca produzir novos saberes e conhecimentos tendo como referência a sua prática social, nos embates e pressões que realiza junto ao Estado e o capital internacional (CAMPOS, 2016).…”