OBJETIVO: investigar no âmbito de um plano de saúde privado a frequência de solicitação e os custos relacionados à solicitação inapropriada de marcadores tumorais. METODOLOGIA: Utilizou-se a base de dados de um plano de saúde privado entre os anos de 2010 a 2017. Foram incluídos na pesquisa, sujeitos com idade ≥ 50 anos, que apresentavam prontuários médicos acessíveis e que havia realizado a dosagem de algum marcadores tumorais no período. Considerou-se como "exame inapropriado" quando o marcador tumoral foi utilizado como rastreio de neoplasia, ou seja, quando não havia o diagnóstico prévio. Foram avaliados os dados referentes à idade, sexo, especialidade do médico solicitante e informações sobre os custos desses exames. RESULTADOS: Foram realizados um total 1.112 testes no período, representando um aumento de 52 para 262 exames/ano. A amostra foi composta na maioria pelo sexo feminino (69,50%), com média de idade de 59,40 ± 8,20 anos. A maioria das solicitações foram inapropriadas (87,80%). Notou-se que a solicitação desses exames, impactaram cerca de 79,40% dos gastos totais do plano de saúde com marcadores tumorais. Os cardiologistas foram a especialidade que mais solicitaram marcadores tumorais em 23,90% das ocasiões, seguidos pelos especialistas em clínica médica (22,70%) e ginecologistas (19,20%). CONCLUSÕES: Observamos um alto percentual de pedidos de exames inadequados no período do estudo, resultando em custos elevados. Estudos dessa natureza merecem a atenção dos gestores de saúde e intervenções devem ser realizadas a fim de reduzir o uso inadequado de testes de marcador tumoral na prática clínica. PALAVRAS-CHAVE: biomarcadores; programas de rastreamento; exames médicos; sobremedicalização.