Abstract:Resumo Entre diversos tipos de biomoléculas, as enzimas possuem uma sensibilidade magnética ao ponto de modificar sua estrutura tridimensional. Essa modificação contribui no processo do encaixe-induzido da enzima ao substrato, e dependendo do tipo da classe enzimática e da intensidade do fluxo magnético pode haver uma diminuição ou aumento na atividade catalítica. Devido a isso, esse trabalho teve por objetivo sintetizar os trabalhos já publicados por meio de uma busca sistemática da literatura a fim de compre… Show more
“…Relativamente ao colecionismo particular, destaca-se a coleção de João Allen, comprada em 1850 pela Câmara Municipal portuense, cujo espólio originou o Museu Municipal (Ribeiro 1879, 179) e atualmente integra o Museu Nacional Soares dos Reis (Santos 2005); outra coleção que integra o acervo deste museu é a de Manuel Maria Lúcio*, também colecionador e fundador da Misericórdia de Gaia (Moncóvio 2018, 176). Outro dos fundadores da Misericórdia gaiense, Ramiro Bastos Mourão*, republicano, vereador gaiense e conservador-ajudante do referido Museu, fundara os Amigos da Serra do Pilar (aos quais pertencia António Teixeira Lopes*) e detinha uma parceria comercial com Camilo José de Macedo, irmão de Diogo José de Macedo Júnior* (Guimarães, Teixeira e Guimarães 2018b, 211).…”
Marciano Azuaga (1838-1905), natural de Valença do Minho, fixou-se em Vila Nova de Gaia a partir da chegada do caminho de ferro às Devesas, em 1864. Durante a sua vida, este chefe de estação e colecionador amador constituiu um espólio eclético de 1865 objetos, que doou à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em 1904, quando o mesmo se configurava já como museu particular, aberto gratuitamente ao público. O presente artigo procura contextualizar a formação desta coleção e demonstrar como esse processo nos elucida relativamente às orientações intelectuais dos vultos dominantes da produção científica, artística, literária, política e académica com as quais Marciano Azuaga contactava. Estes mesmos, compunham uma sociedade ilustrada que fluía por entre as instituições e círculos de intimidade de Gaia e Porto. O inventário da coleção produzido em 1904 (que acompanhou a sua doação e que serviu de registo de incorporações posteriores até 1934) é uma fonte que permite não apenas reconstituir a coleção, mas sobretudo conhecer alguns dos seus doadores, que se foram registando até 1909. Se a diversidade e o ecletismo aparente dos objetos prenunciavam uma coleção motivada pelo gosto particular do colecionador, as tipologias de objetos contemplados e os respetivos doadores revelam uma sensibilidade positivista do conhecimento e colecionismo que corrobora a caraterização desta sociedade e o seu impacto sobre o espólio recolhido pelo colecionador. O estudo do inventário, em conjunto com abordagens biográficas do colecionador e doadores da coleção, bem como de outras fontes e periódicos de época referentes às instituições e iniciativas que integraram, constituíram os principais recursos utilizados para criar um cruzamento de dados que demonstra as circunstâncias sociais, económicas, profissionais e geográficas que propiciaram a constituição desta coleção.
“…Relativamente ao colecionismo particular, destaca-se a coleção de João Allen, comprada em 1850 pela Câmara Municipal portuense, cujo espólio originou o Museu Municipal (Ribeiro 1879, 179) e atualmente integra o Museu Nacional Soares dos Reis (Santos 2005); outra coleção que integra o acervo deste museu é a de Manuel Maria Lúcio*, também colecionador e fundador da Misericórdia de Gaia (Moncóvio 2018, 176). Outro dos fundadores da Misericórdia gaiense, Ramiro Bastos Mourão*, republicano, vereador gaiense e conservador-ajudante do referido Museu, fundara os Amigos da Serra do Pilar (aos quais pertencia António Teixeira Lopes*) e detinha uma parceria comercial com Camilo José de Macedo, irmão de Diogo José de Macedo Júnior* (Guimarães, Teixeira e Guimarães 2018b, 211).…”
Marciano Azuaga (1838-1905), natural de Valença do Minho, fixou-se em Vila Nova de Gaia a partir da chegada do caminho de ferro às Devesas, em 1864. Durante a sua vida, este chefe de estação e colecionador amador constituiu um espólio eclético de 1865 objetos, que doou à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em 1904, quando o mesmo se configurava já como museu particular, aberto gratuitamente ao público. O presente artigo procura contextualizar a formação desta coleção e demonstrar como esse processo nos elucida relativamente às orientações intelectuais dos vultos dominantes da produção científica, artística, literária, política e académica com as quais Marciano Azuaga contactava. Estes mesmos, compunham uma sociedade ilustrada que fluía por entre as instituições e círculos de intimidade de Gaia e Porto. O inventário da coleção produzido em 1904 (que acompanhou a sua doação e que serviu de registo de incorporações posteriores até 1934) é uma fonte que permite não apenas reconstituir a coleção, mas sobretudo conhecer alguns dos seus doadores, que se foram registando até 1909. Se a diversidade e o ecletismo aparente dos objetos prenunciavam uma coleção motivada pelo gosto particular do colecionador, as tipologias de objetos contemplados e os respetivos doadores revelam uma sensibilidade positivista do conhecimento e colecionismo que corrobora a caraterização desta sociedade e o seu impacto sobre o espólio recolhido pelo colecionador. O estudo do inventário, em conjunto com abordagens biográficas do colecionador e doadores da coleção, bem como de outras fontes e periódicos de época referentes às instituições e iniciativas que integraram, constituíram os principais recursos utilizados para criar um cruzamento de dados que demonstra as circunstâncias sociais, económicas, profissionais e geográficas que propiciaram a constituição desta coleção.
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