RESUMOA contaminação do ecossistema aquático por metais pesados tem sido motivo de preocupação de pesquisadores e órgãos governamentais envolvidos no controle de poluição. Visando minimizar o impacto gerado pelo lançamento desses efluentes em corpos hídricos, a fitorremediação tem sido um instrumento de controle de áreas contaminadas. Plantas aquáticas tem sido utilizadas em pesquisas ecológicas como bioindicadoras da qualidade da água, pois são capazes de absorver várias substâncias inorgânicas em seus tecidos. Devido à rápida reprodução, estas plantas precisam ser retiradas, para a eficiência no tratamento, e quando contaminadas por metais pesados, não podem ser descartadas de forma incorreta, sendo uma alternativa como matéria-prima para a indústria cerâmica. Neste trabalho, objetivou-se o uso de Salvinia auriculata como fitorremediadora e a viabilidade do uso de sua biomassa na produção de blocos cerâmicos. As matérias-primas coletadas foram secas a 110ºC e processadas até passagem completa em peneiras 40#. Após, foram preparadas formulações com argila e até 10% de biomassa das plantas de fitorremediação de efluentes e queimadas em temperaturas de 850, 950 e 1050 ºC. As propriedades avaliadas foram: retração linear, absorção de água e resistência à flexão. Os resultados obtidos mostraram que é viável a incorporação da biomassa de S. auriculata em massas cerâmicas, mas a quantidade deve ser ponderada, para não prejudicar as propriedades da massa. Foi possível analisar que até 2,5% de biomassa pode ser incorporado em cerâmica vermelha, visto que a absorção de água e resistência mecânica situaram-se dentro dos limites normatizados e recomendados, podem ser indicados como uma alternativa aplicável para destinação de tecidos vegetais após o fitotratamento de efluentes.