Resumo O ensaio investiga o problema da crise da formação em Theodor W. Adorno, tomando como interlocução crítica a reconstrução apropriativa de Adriano Januário e confrontando-a com outras interpretações do pensamento de Adorno. Argumenta, ocupando-se com o diagnóstico do tempo presente, com a teoria da quasiformação e com a educação para a maioridade, que para Adorno a pedagogia do esclarecimento baseada na capacidade humana de pensar por si mesmo é um núcleo forte de resistência contra mentalidades fascistas e autoritárias. Reflete também porque a opção de traduzir Mündigkeit por maioridade e Halbbildung por quasiformação não é somente uma questão de estilo, mas principalmente de conteúdo, que sem negar a emancipação (Emanzipation), torna a teoria adorniana da educação como resistência mais coerente com seu próprio diagnóstico de tempo presente desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 do século passado. Na parte final, o ensaio questiona o nexo entre maioridade e democracia pretendido por Adorno, buscado complementá-lo pela noção de democracia como forma de vida de John Dewey. Indica, com isso, uma possibilidade futura de investigação que busca a complementação recíproca das ideias educacionais destes dois autores.