“…O perigoso nessa lógica de produzir as novas gerações por meio da educação, de prepará-las para um mundo que já foi projetado, ou de encaminhá-las para algum sentido já previamente estabelecido, está no fato de que provavelmente a geração que o fizesse roubaria dos mais novos a oportunidade de criar, negando sua capacidade instituinte (Arendt, 2016). Seria lamentável e até impensável, desse ponto de vista do paradigma moderno, tentar "formar cidadão" (Brayner, 2008), como uma máquina ou autômato que reproduz perfeitamente as funções republicanas e democráticas que desejamos, com o objetivo final de reproduzir a sociedade que queremos. A recusa dos projetos instituídos, ou a sua não aceitação tal e qual, justifica-se a partir da inovação que devemos garantir como um direito às novas gerações, contanto que isso se dê na compreensão da tradição, levando em consideração os meios democráticos para a instauração do novo.…”