“…Partindo da crítica à representação e à unidade do sujeito COSTA, 2002;CÉSAR, 2014;RAGO, 2019), das reflexões de Teresa de Lauretis quanto à excentricidade do sujeito lesbiano em Monique Wittig (LAURETIS, 2003;SALDANHA, 2018; e da impossibilidade de delimitação definitiva de uma identidade lesbiana (NAVARRO-SWAIN, 1999;, bem como das tecnologias sociais e estratégias de governamentalidade nas quais o sujeito está implicado destacadamente no campo educacional (LOURO, 1997;CÉSAR, 2014;AQUINO, 2017;GALLO, 2017), fez-se inevitável compreender que a visibilidade e a representatividade são possíveis somente quando o sujeito se submete -ainda que parcial e temporariamente -a uma determinada gramática e, assim, torna-se coeso, inteligível, normatizado em alguma medida, o que implica a ininteligibilidade de outros modos de vida, a restrição das linguagens a partir das quais é possível dizer de si. Não seria possível, como sugiro no título deste tópico, cruzar as fronteiras e inventar linguagens para nomear essas travessias, operar com as categorias em vez de somente assumi-las e reinscrevê-las.…”