No Brasil, a pandemia de COVID-19 tem revelado as desigualdades históricas nas suas múltiplas dimensões, expondo a vulnerabilidade dos direitos fundamentais das populações do campo. Em face da institucionalização do ensino remoto nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), pensamos a construção desta pesquisa de abrangência nacional que tem como objetivo: analisar a institucionalização das Licenciaturas em Educação do Campo nas IFES, atravessada pelos níveis de vulnerabilização das populações indígenas e quilombolas diante da pandemia de COVID-19 para, então, identificar as políticas de inclusão digital que estão sendo implementadas durante os calendários acadêmicos emergenciais. A pesquisa foi elaborada a partir das abordagens quantitativa e qualitativa, com caráter exploratório das seguintes bases de dados: Ministério da Educação (MEC); Instituto Socioambiental (ISA) e sites institucionais das universidades e dos institutos federais. Os principais resultados indicam a expansão das Licenciaturas em Educação do Campo na última década em todas as regiões do país; bem como, a fragilidade desses cursos nas agendas das IFES, no que diz respeito às políticas afirmativas específicas voltadas às demandas educativas do ensino remoto.