A alfabetização compreende um dos objetivos mais apreciados na educação básica. Espera-se que, ao finalizar o segundo ano do ensino fundamental, o estudante esteja alfabetizado. Esta etapa usualmente abrange estudantes na terceira infância, período com alterações neurobiológicas que sequenciam avanços cognitivos fundamentais para a alfabetização. Todavia, o neurodesenvolvimento infantil é prejudicado pela terapia oncológica. Desta forma, a presente pesquisa objetivou o estudo da defasagem na alfabetização de pacientes oncopediátricos no segundo ano do ensino fundamental, tema relevante pelo caráter pioneiro, pela complementação da literatura e pelo fornecimento de um panorama que possibilita o desenvolvimento de intervenções para a adaptação acadêmico-social destes estudantes. A partir de uma abordagem quanti-qualitativa, realizou-se o levantamento da defasagem na alfabetização de pacientes oncopediátricos por meio de uma análise de prontuários e, posteriormente, comparou-se os dados com um grupo de referência não oncológico, pareados de modo que se isolou o contexto oncológico como variável de interesse. Adicionalmente, conduziu-se uma pesquisa bibliográfica para a análise qualitativa dos dados. Os resultados indicaram que a defasagem na alfabetização é significativamente maior em pacientes oncopediátricos em comparação com o grupo de referência, possivelmente devido aos impactos da terapia oncológica no desenvolvimento neurobiológico e cognitivo na infância. Estes resultados promovem um panorama sobre este tema, complementam a literatura e podem apoiar em intervenções futuras.