Doença Falciforme: Plano De Cuidados Para O Atendimento Em Unidades De Saúde Da Família

Abstract


 
 
 O objetivo do estudo foi instrumentalizar a equipe atuante nas Unidades de Saúde da Família para realização do acolhimento e atendimento ao paciente com doença falciforme. A pesquisa foi realizada com indivíduos com doença falciforme atendidas nas unidades de saúde da família de dois municípios do recôncavo baiano. A partir dos resultados obtidos produziu-se um plano de cuidados direcionado para esse público contemplando as principais intercorrências/quadro clínico e condutas diante de determinados quadros sintomatológicos. Além disso, retrata os principais problemas identificados e traça estratégias para sua minimização e aprimoramento no acolhimento desse público. O plano possui grande relevância, pois pode subsidiar a tomada de decisão por parte da gestão e contribuir para a melhora do atendimento dos profissionais de saúde envolvidos e no planejamento de ações locais e municipais contribuindo para reduzir as vulnerabilidades e melhorar a qualidade de vida das pessoas com doença falciforme.
 
 

Construção de instrumentos que avaliam a gestão do cuidado de pessoas com doença falciforme

“…Quanto à clareza e linguagem utilizada, identificou-se sugestões de reformulação e retirada de alguns itens referentes à dimensão estrutura e processo, tais como: o item 1, referente à dimensão estrutura, foi reformulado levando-se em consideração a quantidade de consultórios de acordo com o atendimento da equipe multiprofissional, e não apenas do médico e enfermeiro. Justifica-se essa necessidade de abranger toda a equipe multiprofissional, tendo em vista a importância de se alcançar a integralidade do cuidado, através do processo de trabalho descentralizado, cujo trabalho coletivo permite a resolutividade das necessidades do usuário 1,16 . Ainda na dimensão estrutura, foi sugerido que os itens relativos à frequência das consultas médicas e da equipe multiprofissional, fossem transferidos para a dimensão processo e unificados em um único item destinado a abranger, mais uma vez, todos os profissionais e não apenas o médico, evidenciando novamente a importância do trabalho interdisciplinar.…”

“…Fazem parte deste grupo de hemoglobinopatias a anemia falciforme e a beta talassemia, assim como outras não tão frequentes, sendo a primeira a alteração mais comum, a qual é marcada pela presença da hemoglobina S em homozigose (Hb SS). Essas modificações genéticas podem repercutir em sintomatologias diversas e graves complicações 1,2 . No Brasil, estudos afirmam que há uma prevalência de 2 a 8% da população com a doença e estima-se que nasçam, anualmente, cerca de 3000 crianças com DF e 200.000 com traço falciforme.…”