Introdução: Os eventos cardiovasculares exibem um crescimento exponencial nas últimas décadas e persistem como a principal causa de mortalidade mundial. O exame do índice tornozelo-braquial (ITB) que auxilia no diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) dos membros inferiores, e os parâmetros centrais (PCs), úteis para o diagnóstico de rigidez arterial, são preditores de eventos cardiovasculares e de mortalidade. Objetivo: Observar o comportamento do índice tornozelo-braquial e dos parâmetros centrais em um ambulatório de Cardiologia em Maceió/Alagoas. Metodologia: Estudo observacional transversal descritivo, realizado com pacientes atendidos em um ambulatório de cardiologia em Maceió/Alagoas. Foram avaliados dados demográficos, clínicos e antropométricos, além da verificação do ITB com o esfigmomanômetro oscilométrico automático. A obtenção dos PCs, como a pressão sistólica central (PSc), velocidade da onda de pulso (VOP) e o Augmentation Index (Alx), foi possível através do equipamento Mobil-O-Graph. Resultados: Foram incluídos 114 pacientes, sendo a maioria do sexo feminino 65,79% (n=75), com média de idade de 54,18 ± 13,67 anos. Cerca de 81,57% (n=93) da amostra apresentou DAOP pelo ITB, mas apenas uma minoria expressou alguma anormalidade em um dos PCs colhidos. A VOP estava alterada em 25,71% (n=27) dos participantes, destes, apenas 7,4% (n=2) possuíam DAOP. Não houve associação entre VOP e DAOP e entre ITB e outros PCs, mesmo após ajuste para sexo. Discussão: Há certa divergência na literatura quanto à associação de PCs, principalmente VOP, com DAOP. Todavia, pode-se dizer que o ITB é um método de baixo custo, fácil acesso e útil no diagnóstico precoce da DAOP, importante para redução da morbimortalidade. Conclusão: As variáveis dos PCs não foram preditivas para o diagnóstico de DAOP e não apresentaram correlação com o ITB, contudo, novos estudos podem elucidar mais seguramente uma possível correlação entre ITB e PCs.