O racismo estrutural e institucionalizado na sociedade brasileira produz e mantém diversas vulnerabilidades e iniquidades raciais em saúde. Assim, o objetivo deste artigo é fomentar o debate acerca do racismo institucional como barreira para o cuidado humanizado e equitativo em saúde. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de natureza qualitativa. O levantamento do material, realizado de outubro a dezembro de 2023, foi efetuado nas bases de dados LILACS, MEDLINE, BDENF, Scopus e Web of Science, além de uma busca livre de textos completos no Google Scholar, complementada com uma busca manual nas listas de referências dos trabalhos selecionados e no sítio eletrônico do Ministério da Saúde do Brasil. Para tal, foram utilizadas as seguintes palavras chave: “Racismo Institucional” and “Racismo estrutural” and “Branquitude” and “Humanização da Assistência” and “Equidade em Saúde”. Foram selecionados 25 estudos, os quais foram analisados a partir das categorias destacadas: 1) o racismo institucional na saúde; e 2) o enfoque racial na humanização e equidade em saúde. 1) o racismo institucional na saúde: no Brasil, a raça influencia o acesso aos serviços de saúde e a qualidade dos atendimentos, resultando em disparidades no cuidado entre negros e brancos. Os profissionais de saúde, por desconhecerem o conceito de racismo institucional e seus efeitos, contribuem para sua manutenção. 2) o enfoque racial na humanização e equidade em saúde: para que se efetive um cuidado humanizado e equitativo em saúde, os trabalhadores devem compreender o racismo como um determinante social da saúde, que ainda não é a realidade. A população negra, em desvantagem na hierarquia racial que impera no Brasil, tem demandas ímpares que carecem de uma intervenção singularizada. A partir desse reconhecimento, será possível cuidar diferencialmente das necessidades distintas dos usuários negros que estão transpassadas pelo racismo estrutural e institucionalizado na sociedade brasileira.