Abstract:RESUMO O objetivo do presente artigo é analisar o processo de formação do aldeamento do Riacho do Mato, na década de 1860, a partir das reivindicações de populações indígenas que habitavam a região e que tiveram intensa participação nas revoltas ocorridas no início do século XIX em Pernambuco. A constituição desse aldeamento é compreendida como um importante ganho dos indígenas envolvidos nos conflitos armados iniciados pelas elites. Mesmo com a extinção da aldeia do Riacho do Mato e a criação da Colônia Socor… Show more
“…Esses argumentos foram repetidos também em documentos oficiais do Estado, como relatórios e ofícios, antecipando e justificando a extinção dos aldeamentos no Nordeste (Dantas, 2010), "associando a imagem de decadência das aldeias, devido ao abandono e espoliação das terras, a de mestiçagem e impureza dos índios, deslegitimando a sua posse conferida no período colonial através da doação de terrenos" (Dantas, 2010, p. 89). Várias províncias promoveram explícitas ações contra os indígenas, a exemplo da Província do Ceará com aAssembleia Provincial simplesmente extinguindo grupos indígenas por decreto em 1835 e em 1839 (Cunha, 1992), sendo a "primeira província a negar a existência de índios identificáveis nas aldeias e a querer se apoderar das suas terras" (Cunha, 1992, p. 145).…”
Section: O Processo De Extinção Do Aldeamento Brejo Dos Padres: Conte...unclassified
Durante muitas décadas, os povos indígenas foram silenciados, marginalizados e invisibilizados nas narrativas historiográficas do Brasil, sobretudo no século XIX, bem como foi omitida a diversidade sociocultural com a sistemática negação das identidades e direitos. Especificamente os habitantes na atual Região Nordeste, nas afirmações de autoridades e invasores nos territórios indígenas, justificando a extinção oficial dos aldeamentos e os esbulhos das terras dos aldeamentos, como ocorreu no Aldeamento Brejos dos Padres, em Tacaratu, Pernambuco. Para melhor compreender essas situações, é necessário ampliar as discussões acerca do papel e o lugar dos povos indígenas nos processos históricos locais e regionais.
“…Esses argumentos foram repetidos também em documentos oficiais do Estado, como relatórios e ofícios, antecipando e justificando a extinção dos aldeamentos no Nordeste (Dantas, 2010), "associando a imagem de decadência das aldeias, devido ao abandono e espoliação das terras, a de mestiçagem e impureza dos índios, deslegitimando a sua posse conferida no período colonial através da doação de terrenos" (Dantas, 2010, p. 89). Várias províncias promoveram explícitas ações contra os indígenas, a exemplo da Província do Ceará com aAssembleia Provincial simplesmente extinguindo grupos indígenas por decreto em 1835 e em 1839 (Cunha, 1992), sendo a "primeira província a negar a existência de índios identificáveis nas aldeias e a querer se apoderar das suas terras" (Cunha, 1992, p. 145).…”
Section: O Processo De Extinção Do Aldeamento Brejo Dos Padres: Conte...unclassified
Durante muitas décadas, os povos indígenas foram silenciados, marginalizados e invisibilizados nas narrativas historiográficas do Brasil, sobretudo no século XIX, bem como foi omitida a diversidade sociocultural com a sistemática negação das identidades e direitos. Especificamente os habitantes na atual Região Nordeste, nas afirmações de autoridades e invasores nos territórios indígenas, justificando a extinção oficial dos aldeamentos e os esbulhos das terras dos aldeamentos, como ocorreu no Aldeamento Brejos dos Padres, em Tacaratu, Pernambuco. Para melhor compreender essas situações, é necessário ampliar as discussões acerca do papel e o lugar dos povos indígenas nos processos históricos locais e regionais.
This article examines a group that has received little scholarly attention: the Indigenous people of Palmares, the site of one of history's largest fugitive slave communities, defeated by the Portuguese in 1695. What studies do exist emphasize origins: Did Indigenous people help build the fugitive settlements of Palmares? I instead focus on the post-1695 period, when competing actors sought land in the interior regions that the settlements once occupied. Shaped by displacement and diaspora, during the eighteenth and nineteenth centuries some Indigenous people rebelled, while others referenced their role as conquerors of Palmares to make land claims. Though discursive representations of Indigenous roles as conquerors rarely prevented material dispossession, the communities persisted despite remarkable challenges. Their trajectories indicate new ways to think about Palmares and Indigenous history and provide suggestive points of comparison with Spanish America and better-known examples from the Age of Revolution.
The introduction, “Layered Diasporas,” discusses Palmares in relation to concepts and events in Brazil and also Africa and Latin America. The “layered diasporas” that shaped Palmares are explored through the book’s five thematic parts. Part I, “War and Conquest,” situates the violences leveled against Palmares during the seventeenth century and its legacies after that. Part II, “People,” examines the human lives and diasporas emanating out of Palmares. Part III, “Spirits,” discusses African and Afro-diasporic religious beliefs and practices. Part IV, “Places,” employs environmental history to trace post-1695 legacies of Palmares. Part V, “Deaths and Rebirths,” traces the story of Palmares into the nineteenth, twentieth, and twenty-first centuries.
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