Este artigo apresenta e analisa um conjunto de artigos de opinião, publicados em periódicos impressos de grande circulação entre 1964 e 1969, acerca de eventos considerados subversivos em colégios católicos dirigidos por freiras. Os eventos denunciados iam do desencorajamento à participação na Marcha da Família com Deus pela Liberdade até a indicação de leituras consideradas inadequadas, pelo manifesto conteúdo sexual. Através deles, os articulistas aproximavam de forma bastante imediata a política à moral, a educação progressista à subversão. Dessa forma, contribuíam, com maior ou menor intensidade, para justificar a instauração e, em alguns casos, o recrudescimento do regime militar, via argumentos morais. O foco da análise assenta-se em textos assinados por Assis Chateaubriand, Mario Masagão, Salomão Jorge e Gustavo Corção, publicados majoritariamente em O Estado de São Paulo e na Folha de São Paulo. A análise destes artigos, entendidos como elementos constitutivos de um presente passado (KOSELLECK, 2014), intenta contribuir com o debate sobre as relações entre a imprensa e o regime autoritário brasileiro no que diz respeito a questões concernentes à educação (progressista) em colégios católicos femininos.