Esse artigo teve como objetivo analisar a produção científica acerca de pacientes portadores de doenças crônicas com repercussões cardiovasculares decorrentes da Doença do Coronavírus (COVID-19), relacionando sua morbimortalidade a patologias recorrentes na população mundial. Já é bem documentado na literatura que a COVID-19 está associada a um processo inflamatório multissistêmico e que condições crônicas associadas a respostas inflamatórias aumentadas como diabetes, hipertensão, obesidade ou síndromes coronarianas crônicas, são responsáveis por piores resultados clínicos nesse grupo de pacientes. Os estudos têm mostrado, ainda, que grande parte dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 podem apresentar lesão cardíaca como manifestação predominante. Essas alterações cardíacas causadas pela doença estão relacionadas a vários fatores como o dano direto causado pela infiltração viral nos cardiomiócitos, desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, além da elevada liberação de citocinas inflamatórias, catecolaminas e de troponina. Assim, reforça-se a importância de mais estudos científicos que permitam o melhor entendimento da sistemática da relação entre as doenças crônicas e a COVID-19, além da capacitação contínua de profissionais para estarem aptos a reconhecer os pacientes de maior risco e tratar tais complicações de forma ágil.