O presente trabalho tem como objetivo compreender a contribuição da decolonialidade enquanto saber para o entendimento das construções estéticas sobre o corpo na galeria de efeitos do Instagram, analisando como a cultura colonial se entrelaça com os padrões estéticos atuais propagados na rede social. Para isso, utilizou-se da Análise Crítica do Discurso, considerando os elementos semióticos apresentados na galeria como discursivos, portanto, inseridos em uma prática social e interrelacionados com categorias estruturais da colonialidade. Percebeu-se que mudanças demarcadas nos efeitos utilizados em relação às fotografias sem efeitos, somadas à escolha de encaixá-los em categorias que remetem à “aparência”, “beleza” e “imagem” desvelam estereótipos que estão ligados aos discursos que se tem do que é belo nas práticas sociais vigentes, que por sua vez contribuem para a naturalização das formas de controle da subjetividade na colonialidade. Conclui-se que a perspectiva decolonial contribui para a percepção do domínio que a colonialidade ainda exerce sobre os corpos colonizados, fixando na produção simbólica expectativas imagéticas centradas na estética eurocêntrica. Ademais, ressalta-se a importância das epistemologias do Sul na construção de um corpo indissociável de sua subjetividade, combativo às formas coloniais de opressão e de representação do Norte Global.