Animais acometidos por Dioctophyme renale geralmente são assintomáticos e o diagnóstico definitivo é o exame de imagem e o anatomopatológico. Desta forma, este estudo tem como objetivo descrever os parâmetros bioquímicos de sangue e urina e exames anatomopatológicos de 15 cães diagnosticados com D. renale na região de Pelotas-Rio Grande do Sul-RS. Foram obtidos dados de anamnese e exames laboratoriais sorológicos e urinários de protocolos de atendimento de animais no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas-UFPel, e análises anatomopatológicas pelo Serviço de oncologia SOVET/UFPEL. Foram observadas alterações macroscópicas em todas as amostras, sendo a atrofia do parênquima renal e espessamento da cápsula as mais frequentes. O exame histopatológico revelou substituição do tecido renal por fibrose, glomeruloesclerose e eventualmente presença de ovos do parasito. Em relação aos parâmetros sanguíneos e urinários, apenas um dos animais apresentou alteração nos valores de referência de ureia sérica e todos apresentaram creatinina dentro dos parâmetros considerados normais. Na urinálise havia presença de proteínas, sangue oculto, cilindros granulares, cristais e ovos do parasito. Os testes estatísticos mostraram correlação entre a evolução e grau das lesões renais com parâmetros alterados, porém mesmo em cães que apresentavam lesões de insuficiência renal aguda (IRA), haviam lesões concomitantes de insuficiência renal crônica (IRC). Como conclusão dos dados obtidos, parâmetros séricos e urinários isoladamente não refletem o real comprometimento do rim afetado, mas associados ao grau de lesão renal são aliados para um melhor estadiamento dos animais acometidos.