Dinâmica Espaço-Temporal das Queimadas no Brasil no Período de 2003 a 2018

Abstract

No Brasil as queimadas são caracterizadas por extensas linhas de fogo de rápida propagação que causam a mortalidade de espécies da flora e da fauna. Para mitigar estes danos, políticas públicas foram implementadas. Para correto funcionamento delas, entretanto, é necessário compreender a variabilidade do fogo e os elementos que o afetam para aperfeiçoar as estratégias de prevenção e combate. Neste sentido, este trabalho teve como escopo analisar a dinâmica das queimadas no Brasil, nos anos de 2003 a 2018, através da climatologia de precipitação e dos acumulados e das anomalias de focos de queima de vegetação. Os resultados demonstraram que há três padrões espaciais de queimadas no Brasil que se relacionam com dois sistemas de precipitação: a Zona de Convergência Intertropical e a Zona de Convergência do Atlântico Sul. Na maioria dos estados foi detectada uma tendência de redução de uso do fogo. Para outros, uma estabilização das taxas de detecção. Apesar destes resultados, as detecções ainda têm maior ocorrência na estiagem, quando tendem a contribuir significativamente para a degradação ambiental e para o dispêndio do orçamento público em operações de combate. Cabe aos entes federativos investirem em atividades de fiscalização, de monitoramento, de educação ambiental e de manejo preventivo para reduzi-las.Space-Time Dynamics of the Burns in Brazil in the Period 2003 to 2018 A B S T R A C TIn Brazil, vegetation fires are characterized by extensive and rapidly spreading fire lines that cause the mortality of flora and fauna species. Public policies were implemented to mitigate these damages, and for their correct enforcement it is necessary to understand the variability of the fire regime and the elements that affect it to improve prevention and combat strategies. In this sense, this work aimed to analyze the dynamics of burning in Brazil from 2003 to 2018 through the accumulated number of active fires and their anomalies as detected in satellite images with the precipitation climatology. The results showed that there are three spatial burning patterns in Brazil that relate with two precipitation systems: the Intertropical Convergence Zone and the South Atlantic Convergence Zone. A tendency to reduce the use of the fire was detected in most states; some indicated a stabilization of detection rates. The detections are still more frequent in drought periods, when the fires tend to contribute significantly to environmental degradation and to public budget expenditure in combat operations. It is up to the federal and state governments to invest in activities of enforcement, monitoring, environmental education and preventive management to reduce the use of fire in the country.Keywords: Variability of fire, climatology precipitation, public policies, active fire.

Sazonalidade Micrometeorológica E a Chegada De Um Evento De Friagem No Sudoeste Da Amazônia Brasileira

“…Assim, geralmente, é realizado o processo de corte raso nos meses que antecedem a estação seca visando favorecer o acúmulo de material vegetal seco. A partir disso, Martins et al, (2020) afirmam que nos meses de julho e agosto que costumam apresentar menores índices de precipitação, ocorre a maior incidência de incêndios criminosos, que se alastram por uma grande extensão territorial.…”

The Sustainable Expansion of the Cocoa Crop in the State of Pará and Its Contribution to Altered Areas Recovery and Fire Reduction

“…We choose to evaluate the prevalence of fires in and around cocoa plantations by determining the smallest distance between an active fire and a mapped cocoa plantation for every fire within a year, following the methodology of [33]. The cocoa plantation and fires co-location steps consist of first establishing a Burning Influence Zone (BIZ) by defining a buffer of 500 m radius around a cocoa farm.…”

Análise temporal dos focos de calor nos municípios de Macaé-RJ e Campos dos Goytacazes-RJ no período de 2014 a 2018

“…No Brasil, há tecnologias que permitem o monitoramento e o controle dos focos de calor a partir de importantes plataformas de dados gerados por sensores remotos a bordo de satélites, tal como o Banco de Queimadas (BDQ), que foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em convênio com a National Aeronautics and Space Administration (NASA). Esta plataforma tem sido de grande auxílio na prevenção e na minimização dos impactos ambientais gerados pelas queimadas e pelos incêndios florestais, bem como na realização de importantes pesquisas (Justino et al, 2002;Miranda et al, 2001;Caúla et al, 2015;Rodrigues et al, 2018;Martins et al, 2020;Pinheiro, 2020;Silveira et al, 2020;Silva et al, 2020;Libonati et al, 2021;Setzer et al, 2021;Wooster et al, 2021;Santos et al, 2021;Cordeiro et al, 2022;e outros). Miranda et al (2001) identificaram cerca de 300.000 focos de calor por ano em todo o Brasil.…”