Abstract:Não é tarefa fácil apresentar e comentar o livro Linhagens do pensamento político brasileiro, de autoria de Gildo Marçal Brandão. Pesa em primeiro lugar o fato de que esse livro nasceu da livre-docência defendida pelo autor, no final de 2004, na Universidade de São Paulo, correspondendo assim a uma pesquisa de fôlego e a uma maturação intelectual resultante de longa trajetória na vida acadêmica. Mas pesa ainda mais a envergadura teórica da obra, o alcance que representa para o conjunto da Ciência Política bras… Show more
“…Se na segunda metade do século XX era comum atribuir aos intérpretes do Brasil dos anos 1920 a 1940 o status de clássicos do pensamento brasileiro , mais recentemente, muitos intelectuais anteriores e posteriores a esse período passaram também a ser assim analisados (BRANDÃO, 2005). Isso se deveu a, pelo menos, dois fatores: 1) a expansão do campo de pesquisas do pensamento político-social brasileiro (BOTELHO & LAHUERTA, 2005;BOTELHO & SCHWARCZ, 2011;CEPÊDA, 2008) e, conseguintemente, 2) a descoberta do valor explicativo de obras e autores antes esquecidos ou desconsiderados . Assim, a aceitação de novos critérios de validade e de classificação de obras e autores (SANTOS, 2002;SIMÕES, 2015), bem como a percepção de que a narrativa científica do campo das ciências sociais pressupõe necessariamente a diversidade (BOTELHO, 2010), têm permitido, por exemplo, que a cisão marcante entre as gerações de "autodidatas" e "especialistas" (MICELLI, 2001) promovida a partir dos anos 1950 seja problematizada e revista.…”
O presente artigo introduz José de Alencar (1829-1877) como clássico do pensamento político-social brasileiro. Para isso, esboça os traços gerais da sua produção intelectual e os dilemas por ele enfrentados em seu contexto, alegando o caráter de atualidade de suas formulações conceituais. A ideia será demonstrar como o pensamento do romancista pode ser tomado como elemento analítico para a compreensão da formação e da persistência de muitas das concepções constitutivas da sociedade brasileira.
“…Se na segunda metade do século XX era comum atribuir aos intérpretes do Brasil dos anos 1920 a 1940 o status de clássicos do pensamento brasileiro , mais recentemente, muitos intelectuais anteriores e posteriores a esse período passaram também a ser assim analisados (BRANDÃO, 2005). Isso se deveu a, pelo menos, dois fatores: 1) a expansão do campo de pesquisas do pensamento político-social brasileiro (BOTELHO & LAHUERTA, 2005;BOTELHO & SCHWARCZ, 2011;CEPÊDA, 2008) e, conseguintemente, 2) a descoberta do valor explicativo de obras e autores antes esquecidos ou desconsiderados . Assim, a aceitação de novos critérios de validade e de classificação de obras e autores (SANTOS, 2002;SIMÕES, 2015), bem como a percepção de que a narrativa científica do campo das ciências sociais pressupõe necessariamente a diversidade (BOTELHO, 2010), têm permitido, por exemplo, que a cisão marcante entre as gerações de "autodidatas" e "especialistas" (MICELLI, 2001) promovida a partir dos anos 1950 seja problematizada e revista.…”
O presente artigo introduz José de Alencar (1829-1877) como clássico do pensamento político-social brasileiro. Para isso, esboça os traços gerais da sua produção intelectual e os dilemas por ele enfrentados em seu contexto, alegando o caráter de atualidade de suas formulações conceituais. A ideia será demonstrar como o pensamento do romancista pode ser tomado como elemento analítico para a compreensão da formação e da persistência de muitas das concepções constitutivas da sociedade brasileira.
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